Seis anos sem o visionário Umberto Eco
Confira o nosso editorial deste sábado (19)
Foto: Divulgação
Há seis anos, num mesmo 19 de fevereiro, mas de 2016, o mundo perdia um dos mais brilhantes e visionários intelectuais da contemporaneidade: o italiano Umberto Eco. O escritor, filósofo, linguista, semiótico e bibliófilo, autor de vários romances como "O Nome da Rosa?" e "O pêndulo de Foucault?", morreu aos 84 anos, em Milão.
Além de lecionar em universidades como Bolonha, Columbia, Harvard, College de France e Toronto, ele também já colaborou em diversos periódicos acadêmicos. A partir da década de 1970, passou a centrar seu foco quase que exclusivamente da semiótica.
Dentre tantas contribuições, por certo, a que mais reverberou, pela amplitude, foi a de levar a filosofia para a cultura de massa. Trabalhou, como poucos, com conceitos apocalípticos e tecnologia para analisar e vislumbrar os desdobramentos – dos anos que hoje vivemos – da indústria cultural.
Eco viveu em tempo de sentir a massificação das redes sociais, uma experiência que o italiano transformou em debate – polêmico, aliás. Para o pensar, as redes sociais dão voz ao que ele apontou como “uma legião de imbecis”.
"Quem não lê quando chegar a 70 anos, terá vivido só uma vida. Quem lê terá vivido cinco mil anos”, disse em 2015, um ano antes de morrer. Sim, Eco era crítico do papel das novas tecnologias no processo de disseminação de informação.
"O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade", acrescentou à época, durante um evento em Turin, na Itália.
Eco foi e ainda é um portal de sabedoria sobre a sociedade do passado e do presente, um intelectual, homem que faz jus à alcunha que ganhou mundo afora.