Senador deseja interromper contrato milionário da Caixa com escritor que ironizou morte de Kirk
Jorge Seif solicitou ao TCU auditoria do contrato de mais de R$ 3 milhões, citando irregularidades
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Reprodução/Redes Sociais
O senador Jorge Seif (PL) acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar o contrato firmado entre a Caixa Econômica Federal e a Pen Publicações Ltda, no valor de R$ 3,27 milhões. A empresa tem como proprietário o jornalista e historiador Eduardo Bueno, popularmente conhecido como Peninha, que publicou vídeo nas redes sociais comemorando a morte do ativista conservador norte-americano Charlie Kirk na semana passada.
Contrato assinado em 20 de janeiro de 2025 prevê "atualização das obras de Eduardo Bueno" e a produção de edição bilíngue digital e websérie documental para poder celebrar os 165 anos da Caixa.
Na representação, Seif pede “a suspensão dos atos administrativos narrados e respectivas repercussões financeiras” até a conclusão da análise pelo TCU. Ele questiona a inexigibilidade de licitação e afirma que “a Administração pode ter extrapolado os limites da lei ao agregar ao núcleo autoral serviços de tradução, diagramação e produção audiovisual”.
O parlamentar também menciona como indício de risco o fato da empresa estar sediada em um endereço residencial em Porto Alegre. “A participação, em licitação de elevado valor, de pessoa jurídica sediada em endereço residencial constitui indício relevante de fraude”, disse.
Seif ainda deseja auditoria do contrato, transparência integral do processo administrativo e investigação de eventuais atos de improbidade administrativa e tráfico de influência.
Retratação
Depois de ter o vídeo removido do Instagram ironizando o assassinato do influenciador norte-americano Charlie Kirk e disse que a morte teria sido "boa para suas filhas", Eduardo Bueno publicou uma "retratação" no canal "Buenas Ideas".
“Os deslizes e excessos eventualmente nos incitam e empurram, e não restam dúvidas que cometi. Estou aqui para fazer retratação seguida de poréns”, disse.
Bueno disse ainda que “foram parlamentares políticos de extrema direita, nociva e desprezível, e eu lamento ter dado combustível para eles. Serviu de cortina de fumaça para que não se discutisse a condenação de militares golpistas”.
