Sergio Camargo diz que vai processar Martinho da Vila por racismo e danos morais
Cantor e compositor fez críticas ao presidente da Fundação Palmares na televisão

Foto: Reprodução
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, disse que entrará com uma ação contra o cantor Martinho da Vila pedindo danos morais. Camargo falou sobre o assunto nesta quarta-feira (18) redes sociais, após o sambista ter feito críticas a ele durante entrevista ao programa Roda Viva, na última segunda (16).
Na transmissão, Martinho disse que a fundação teria sido "criada para tratar dos assuntos da cultura negra", mas que agora é comandada por "Camargo, bolsonarista radical". "Ele é um preto de alma branca, como se diz", continuou. "No duro, ele gostaria de ser branco. Ele acha que ele é branco. Ele se sente branco. E 'tem que acabar com essas coisas todas de preto'".
Sergio Camargo afirma que o artista feriu sua honra e, ao exibir o trecho da petição com que pretende acionar a Justiça, ele destaca uma suposta frase do ator Morgan Freeman, na qual o artista descartaria a importância de uma consciência negra —ou branca, ou amarela— em favor de uma consciência humana capaz de acabar com o racismo.
Martinho da Vila lembrou que seu nome foi retirado, recentemente, do site da Fundação Palmares pela gestão de Sérgio Camargo. Além do cantor e do compositor carioca, também foram excluídas, do portal da instituição, as biografias de Elza Soares e Gilberto Gil.
Sérgio Camargo já afirmou que no Brasil não existe "racismo real", que a escravidão foi "benéfica para os descendentes" e que o movimento negro precisa ser "extinto". Em 2019, criticou personalidades negras como Taís Araújo (classificada por ele de "rainha do vitimismo"), Gilberto Gil (chamado de "parasita da raça negra no Brasil") e o próprio Martinho da Vila ("que deveria ser mandado para o Congo, por ser um vagabundo", como proferiu publicamente).