Serviço de inteligência de Israel usou empresa de fachada para vender pagers explosivos ao Hezbollah, diz jornal
Operação secreta resultou em explosões que mataram 37 pessoas
Foto: Reprodução
O serviço de inteligência de Israel realizou uma operação de longo prazo que envolveu a criação de uma empresa de fachada para vender pagers com explosivos ao Hezbollah, segundo informações do The New York Times, divulgada nesta quinta-feira (19). A ação culminou na detonação dos dispositivos, matando 37 pessoas e ferindo mais de 3.000 no Líbano.
A empresa de fachada, chamada BAC Consulting KFT, sediada em Budapeste, foi criada pelo serviço de inteligência israelense para fabricar e vender os pagers ao grupo extremista. A fabricante original dos dispositivos, a taiwanesa Gold Apollo, afirmou ter terceirizado a produção para a BAC Consulting que forneceu os modelos ao Hezbollah.
Os pagers continham explosivos que foram detonados à distância na terça e quarta-feira (18), em uma operação coordenada. O Hezbollah havia adotado os dispositivos para evitar rastreamento por GPS, comum em celulares. O grupo havia comprado uma remessa de 4.000 pagers da empresa de fachada israelense, segundo a reportagem.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, classificou o ataque como uma declaração de guerra de Israel e prometeu retaliação. Ele afirmou que o golpe foi grave, mas que o grupo extremista continuará operando no sul do Líbano. Israel ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Enquanto isso, o governo do Líbano anunciou a proibição de entrada de pagers e "walkie-talkies" no país. O Exército israelense começou a intensificar operações no norte, na fronteira com o Líbano, região onde o Hezbollah atua.