Sete em cada dez brasileiros já vivenciaram eventos climáticos extremos, aponta pesquisa
Chuvas intensas (20%), seca e escassez de água (20%) e alagamentos, inundações e enchentes (18%), foram os mais relatados
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Uma pesquisa encomendada pelo Instituto Pólis e divulgada nesta semana revelou que sete em cada dez brasileiros já vivenciaram eventos climáticos extremos. O estudo, realizado presencialmente em todas as regiões do país entre os dias 22 e 26 de julho, ouviu 2.000 pessoas.
As situações mais impactantes relatadas foram chuvas intensas (20%), seca e escassez de água (20%) e alagamentos, inundações e enchentes (18%), destacando-se pela ocorrência significativa. Outros eventos mencionados incluíram temperaturas extremas (10%), apagões de energia (7%), ciclones e tempestades de vento (6%) e queimadas e incêndios (5%).
A preocupação com a possibilidade de novos eventos dessa magnitude foi expressada por 98% dos entrevistados, sendo a falta d'água ou seca a principal inquietação (34%). Em seguida, aparecem alagamentos, inundações e enchentes (23%), seguidos por queimadas e incêndios (18%) e chuvas intensas (17%).
O estudo revelou que determinados eventos despertam preocupações específicas em certas regiões ou grupos sociais. Ciclones e tempestades de vento, por exemplo, causam maior preocupação na Região Sul (29%) em comparação com a média nacional (13%). Alagamentos e inundações afetam mais as classes D e E (25%) do que as classes A e B (19%).
Quanto às preferências em fontes de energia, 84% dos participantes apoiam investimentos em fontes renováveis. Cerca de 73% associam diretamente o petróleo à piora da crise climática, seguido por carvão mineral (72%) e gás fóssil (67%).
Henrique Frota, diretor executivo do Instituto Pólis, destaca que os resultados enfatizam o desejo da população por investimentos em fontes renováveis de energia. Ele ressalta que "os números evidenciam a prioridade atribuída pelos brasileiros a essas fontes como essencial no combate às mudanças climáticas, indicando um custo político quando há insistência em fontes não renováveis."