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Setembro Amarelo: CVV realiza atendimento gratuito de prevenção ao suicídio

Centro de Valorização da Vida realizou 3 milhões de atendimentos em 2022

Por Laiz Menezes
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Setembro Amarelo: CVV realiza atendimento gratuito de prevenção ao suicídio

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Há 61 anos, o Centro de Valorização da Vida (CVV) atua como um pilar de apoio emocional, dedicado a missão de valorizar a vida e prevenir o suicídio. Muitas vezes, quando as pessoas se sentem isoladas e não têm ninguém para desabafar, a organização não governamental, composta por voluntários, intervém para preencher esse vazio. Operando 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive feriados, a instituição está acessível a qualquer pessoa, de forma gratuita, em todo o Brasil. 

O número de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em 2022 na comparação com 2021. O levantamento faz parte do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho. No ano passado, foram 16.262 registros, uma média de 44 por dia. Em 2021, foram 14.475 suicídios. 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por ano ano devido ao suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes registradas. Entre 2000 e 2019, a taxa global diminuiu 36%. No mesmo período, nas Américas, as taxas aumentaram 17%. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio aparece como a quarta causa de morte mais recorrente, atrás de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

Neste mês, é realizada a campanha do Setembro Amarelo, em que são realizadas diversas ações preventivas de cuidado com a saúde e preservação da vida. A rede de voluntários do CVV é um componente essencial não só para as ações deste mês, mas todo o ano. Foram mais de três milhões de atendimentos realizados pelo Centro de Valorização da Vida em 2022.

A porta-voz da entidade em Salvador, Josiana Rocha, relata que o CVV nasce com o objetivo de prevenir o suicídio e que não substitui o traalho profissional. “O trabalho é realizado por voluntários e a gente não substitui o profissional. Não é uma terapia, é um apoio, onde as pessoas que nos procuram podem falar tudo o que está acontecendo com elas, compartilhar seus momentos e até suas alegrias”, pontua. 

Segundo Josiana, o CVV também atua com outras missões, como o grupo de apoio aos sobreviventes do suicídio. Para prestar apoio a quem precisa, o centro precisa de voluntários. Para atuar só é necessário ter mais de 18 anos, passar por um período de treinamento e ter “disponibilidade de tempo e doação de calor humano”. 

“A pessoa que se candidata a ser voluntária passa por um treinamento, que consiste em desenvolver os jeitos de dialogar com as pessoas que buscam o CVV. Existe uma forma de conversar com quem nos liga, a psicologia humanista traz para nós o diálogo centrado na pessoa, então a gente aprende a dialogar sem dar conselhos, sem julgar, sem criticar. A gente escuta com empatia e respeito, confiando que a própria pessoa, ao falar sobre o que está incomodando e angustiando, consiga pensar sobre o que está acontecendo, descobrir ou encontrar o caminho que vai seguir”, explica a porta-voz. 

A entrevistadora Cássia Marinho, de 57 anos, é uma das voluntárias da CVV de Salvador. Ela atuou há 10 anos na instituição e conta que decidiu se voluntariar após ter passado por uma tentativa de suicídio. “Acredito no trabalho e sei o quanto o CVV ajuda a outra pessoa. Eu não acredito que serviço de voluntariado é doação, acredito que ser voluntário é devolver para a sociedade o muito que foi me dado”, destaca. 

Cássia detalha que o trabalho voluntário tem um plantão por dia na semana, com duração de quatro horas. “Não é simplesmente chegar no plantão e fazer, eu acho que precisa ter um preparo, porque você lida com vidas. Eu costumo me preparar espiritualmente, tento não marcar outras atividades no dia, para que eu esteja realmente disponível e que as pessoas não cheguem um dia ao ponto que eu cheguei”, completou a voluntária. 

Como acionar o CVV?

Telefone: O número 188 do Centro de Valorização da Vida atende todo o Brasil de forma gratuita, todos os dias da semana, 24 horas por dia. 

Site: Dá para entrar em contato com os voluntários do CVV através do site oficial da entidade (clique aqui para acessar). 

E-mail: A pessoa também pode conversar por e-mail ([email protected]) com um voluntário do CVV. O atendimento por e-mail não é imediato, a mensagem será respondida o mais breve possível. Para a segurança de dados, privacidade e confidencialidade, ao enviar um e-mail, o endereço do remetente é removido. 

Presencial: Também é possível enviar uma carta ou conversar pessoalmente com um voluntário do CVV em horário comercial. Para isso, é necessário buscar o endereço disponível em cada cidade (clique aqui para procurar uma sede da CVV mais próxima de você). 

Setembro Amarelo em Salvador 

Na sexta (1º), o viaduto Engenheiro José Nilson Dantas Maciel, da Federação, ganhou cartinhas com mensagens de prevenção ao suicídio espalhadas pelo gradil antiescalada. Também foi realizada a distribuição de material informativo para quem passou pelos locais. 

A ação é uma parceria da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas de Salvador (Seinfra) e do movimento BASTA, que, desde 2019, atua na conscientização contra a depressão, automutilação e suicídio. 

Mais 13 viadutos de Salvador vão receber gradis de proteção, com o objetivo de preservação da vida, além de evitar acidentes e crimes. Cinco deles já estão com o equipamento. 

Ainda na sexta, uma ação de cuidado e valorização à vida foi realizada no Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas, como parte da Campanha Setembro Amarelo. A CCR Metrô Bahia e o Instituto HELP disponibilizaram 10 mil cartas de apoio e incentivo emocional aos clientes do metrô baiano. As cartinhas foram colocadas nos assentos dos trens, por voluntários, nas estações Lapa, Pirajá e Acesso Norte.

Foto: Divulgação/CRR Metrô Bahia

No dia 26 deste mês, a CCR Metrô vai realizar a ação “Cantinho do Desabafo”, que realizará o acolhimento emocional das pessoas que utilizam o meio de transporte. Voluntários vão escutar e conversar com pessoas em estado emocional abalado. A iniciativa acontece todos os meses em estações alternadas e, neste mês, será em Pernambués.

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