Silas Malafaia promete vetar bandeira dos EUA em próximos atos da direita
Pastor disse que gesto de bolsonaristas no 7 de Setembro em São Paulo foi “explorado pela esquerda” e não terá aval da coordenação nas manifestações seguintes.
Foto: Divulgação/Agência Brasil
O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e um dos principais organizadores dos atos da direita, afirmou que não vai permitir a exibição da bandeira dos Estados Unidos em manifestações futuras. A declaração foi dada após a polêmica que marcou o ato pró-anistia realizado no último domingo (7), na Avenida Paulista, em São Paulo, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estenderam um bandeirão americano no Dia da Independência.
À CNN, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo afirmou que ficará atento para que a cena não se repita, porque o fato está sendo explorado pela esquerda nas redes sociais.
“No Dia da Independência, estender um bandeirão americano não achei legal. Se eles querem estender alguma bandeira, a gente não impede. Mas, a partir de agora, eu vou ficar de olho para isso não desviar o foco”, declarou o pastor.
A presença do símbolo americano em meio ao ato em defesa da anistia a Bolsonaro e a outros investigados pelo 8 de Janeiro gerou forte repercussão. A oposição acusou os manifestantes de “traição” à pátria, enquanto aliados do ex-presidente tentaram ressignificar a imagem como demonstração de apoio às políticas do ex-presidente Donald Trump.
Nas redes sociais, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), criticou o gesto e disse que “patriota de verdade é quem ergue a bandeira do Brasil”. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), foi ainda mais duro e classificou a atitude como “traição”:
“7 de Setembro: Lula defende a soberania enquanto os atos bolsonaristas exaltam bandeira norte-americana e pedem para os EUA ‘salvarem’ o Brasil. Traidores”, escreveu Lindbergh.
Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou imagens do bandeirão em sua conta na plataforma X (antigo Twitter) e afirmou ter visto um gesto de agradecimento a Trump, citando as sanções impostas pelo republicano ao Brasil e a autoridades brasileiras.
A polêmica acontece em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de envolvimento no chamado “plano de golpe”. No mesmo período, o governo dos EUA de Donald Trump teria aplicado medidas contra o Brasil, entre elas sobretaxa de 50% a produtos nacionais, cancelamento de vistos de autoridades e a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Para Malafaia, no entanto, a bandeira americana acabou desviando o foco da mobilização. “Nossas manifestações foram grandiosas. O ato do PT foi um fiasco”, rebateu, insistindo que a coordenação do evento não teve relação com a cena.
