Sobrevivente de acidente entre caminhão e ônibus acompanhou velório de filha deitada em maca
Acidente que vitimou 24 pessoas aconteceu na BR-324, em trecho da cidade de São José do Jacuípe
Foto: Filipe Costa/ TV Bahia
Flávia Carneiro, de 34 anos, uma das sete sobreviventes do acidente entre um caminhão e um ônibus de turismo, que terminou com 24 mortes, na Bahia, acompanhou, em uma maca e com a cabeça enfaixada, o velório da filha, Isabela Santos de Almeida, de 14 anos.
O velório aconteceu na manhã desta terça-feira (9), no bar da mãe de Flávia Carneiro e avó de Isabela, Maria Eunice Gonzaga, em Jacobina. A dona do estabelecimento também morreu após a batida.
Flávia Carneiro estava na viagem com a filha Isabela Santos de Almeida, de 14 anos; a mãe, Maria Eunice Gonzaga; o namorado, Gleidson Santana de Andrade, o marido da mãe dela, Paulo Jesus Araújo; e a prima Ana Clara Santos Silva, de 16 anos.
"Antes de eu conseguir sair do ônibus, comecei a chamar por eles todos, para ver se alguém me escutava e eu tentava ajudar, mas não escutei ninguém. Chamei por todos", contou Flávia Carneiro.
Apenas Flávia Carneiro e a prima Ana Clara sobreviveram à tragédia. As duas foram socorridas e levadas para um hospital na cidade de Nova Fátima, mas já receberam alta hospitalar.
No velório, a sobrevivente afirmou que sentiu o motorista do ônibus aumentar a velocidade do ônibus momentos antes da batida.
"Antes da batida, eu senti o motorista correr um pouco. Percebi que ele estava correndo mais do que ele vinha, eu senti", relatou.
Flávia Carneiro lamentou o acidente e relembrou a última viagem que fez com a família.
"A gente chegou lá cedo, 5h [de domingo], foi tranquilo. Todo mundo bem alegre, rindo. As meninas não conheciam a praia ainda. A gente só queria voltar em paz, mas aconteceu essa tragédia e eu perdi minha família".