Sobrevivente de Hiroshima teme nova ameaça nuclear

Aposentado e vivendo no Brasil há mais de 60 anos, o sobrevivente de Hiroshima, Kunihiko Bonkohara, em entrevista ao UOL, fala sobre as ameaças de um ataque nuclear na esteira da invasão da Rússia à Ucrânia “Não pode se repetir. Não pode se repetir”, e recorre à história: "Essa radiação acumulada, até agora, não diminuiu em nada"

Bonkohara explica que tinha 5 anos de idade quando, em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica sobre Hiroshima. "De repente ficou muito claro", revive os detalhes do dia em que sua vida mudou.

Ele conta que estava no escritório onde o pai trabalhava, a cerca de 2 km de onde a bomba caiu. Além do clarão, diz ter ouvido uma grande explosão. Mal teve tempo de processar: o pai se jogou sobre ele e os dois foram para baixo de uma mesa.

O aposentado ressaltou que acompanha atento o noticiário do conflito entre Rússia e Ucrânia. "Medo? Sim. Eu tenho medo da bomba. Tudo some com a bomba...". E, segundo ele, qualquer tensão internacional pode desencadear uma terceira guerra mundial. Temos que acabar com as usinas nucleares e bombas atômicas. Primeiro temos que diminuir [a produção] e depois não fabricar nunca mais”, completou.