Sociedade Brasileira de Pediatria lança manual com orientações sobre uso de telas e internet
Pesquisa feita com 2.964 famílias de crianças e adolescentes indica que 86% deles estão conectados
Foto: Reprodução / Exame
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou na última terça-feira (11) um manual de orientação aos pais sobre os riscos da exposição às telas, internet e redes sociais à saúde de crianças e adolescentes.
O documento destaca a influência familiar no uso desregrado das telas. A atenção da família dada à criança ou adolescente pode ser considerado um fator de risco ou de proteção para o desenvolvimento de problemas ligados à era digital. O guia mostra que a causa de alguns problemas sociais geralmente está associada à negligência ou deficiência na relação dos filhos com os pais e a família. Um dos exemplos, é o uso das redes sociais pelos adolescentes como válvula de escape.
O manual também estabelece novas indicações práticas para o uso de telas, como o limite máximo de 2 horas por dia de exposição para crianças entre 6 e 10 anos. Além de orientar também que adolescentes com idades entre 11 e 18 anos fiquem, no máximo, 3 horas diante de telas, inclusive de videogames. Os pais nunca devem deixá-los "virar a noite" jogando.
A SBP desaconselha o uso de telas por bebês: "O olhar e a presença da mãe/ pai/família é vital e instintivo como fonte natural dos estímulos e cuidados do apego e que não podem ser substituídos por telas e tecnologias".
De acordo com a SBP, o atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem é frequente em bebês que ficam passivamente expostos às telas, por períodos prolongados e problemas de sono são cada vez mais frequentes e associados aos transtornos mentais precoces em crianças e adolescentes.
Principais problemas de saúde
- Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas
- Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão
- Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade
- Transtornos do sono
Orientações para os pais
- Evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, sem necessidade (nem passivamente!);
- Crianças com idades entre 2 e 5 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora/dia, sempre com supervisão;
- Crianças com idades entre 6 e 10 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 2 horas/dia, sempre com supervisão;