Somente em 2024, Moraes determinou prisão de 23 aliados de Bolsonaro
Número representa um salto de 50% em relação aos casos registrados em 2023
Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Um levantamento do jornal O Globo, divulgado nesta quinta-feira (2), revelou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi responsável pela prisão de 23 aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2024, um aumento de mais de 50% em relação aos 15 casos registrados em 2023, no contexto dos atos golpistas de 8 de janeiro.
A Primeira Turma do STF, da qual Moraes faz parte, referendou, de forma unânime, todas as decisões do ministro em processos envolvendo bolsonaristas. Ao todo, o levantamento analisou 272 decisões colegiadas tomadas pela Primeira Turma em 2024.
Foram considerados os julgamentos envolvendo o próprio Bolsonaro, aliados como o ex-deputado Daniel Silveira e a deputada Carla Zambelli, além de casos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro e outros movimentos contra a democracia, como os bloqueios de estradas após as eleições de 2022.
O jornal deixou de fora do levantamento processos sem relação com Bolsonaro ou a suposta trama golpista, assim como casos sigilosos.
A análise da atuação da Primeira Turma ficou concentrada em 2024, o único ano com a atual composição, já que Flávio Dino tomou posse no STF em fevereiro. Até setembro, Alexandre de Moraes ocupou a presidência do colegiado, sendo responsável pela definição da pauta. Desde outubro, o cargo passou a ser ocupado por Cristiano Zanin.
Recursos negados
A maioria das decisões da Primeira Turma em 2024 (215 de 272) tratou do recebimento de denúncias, situação que pode se repetir com Bolsonaro e aliados, dependendo do posicionamento da PGR.
Uma dessas decisões foi direcionada à deputada federal Carla Zambelli e ao hacker Walter Delgatti, por suspeita de invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As demais envolveram atos golpistas.