'Sou do STF e há preconceito', diz Cármen Lúcia sobre desigualdade de gênero
Ministra participou de uma palestra do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o Brasil não atingiu a igualdade de direitos para homens e mulheres. A declaração foi feita nesta segunda-feira (29) durante uma palestra do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), no centro de São Paulo.
Segundo o Uol, Cármen Lúcia disse que a desigualdade de gênero ainda marca relações entre homens e mulheres na sociedade e na esfera jurídica.
"Nós, mulheres, ainda não conseguimos, atingimos o patamar de sermos normalmente consideradas iguais. Sou juíza do STF e há preconceito. Temos tribunais que não há uma mulher compondo, e no Brasil somos na OAB a maioria advogada", declarou. A ministra destacou também que o número de mulheres negras no Judiciário é ainda menor.
Cármen Lúcia disse ainda que considera como uma doença achar que uma mulher vale menos pelo que ela é: "Costumo brincar que na hora da gente colocar a toga, os homens em geral, eles têm gente que ajuda. Eu digo que não precisa. Me viro super bem sozinha. A coroa é feminina. Vocês, para colocar uma beca, uma toga, precisam de alguém para ajudar".
Na ocasião, a ministra também falou do papel das tecnologias na sociedade, afirmando que conversou com o ministro Luiz Fux sobre a necessidade de pensar as atribuições do STF no contexto das novas tecnologias. "Tenho dito ao Luiz Fux que temos que prestar atenção nesse judiciário 4.0. Não há tela que substitua o olhar humano", concluiu.