STF abre inquérito contra Sergio Moro sobre suposta fraude em delação premiada
Ex-juiz diz desconhecer decisão; entenda
Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou a abertura de um inquérito contra o senador Sergio Moro (União Brasil) e procuradores envolvidos em um acordo de delação premiada considerado o "embrião" da Lava Jato. A decisão atendeu a pedidos da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo informações da coluna de Daniele Lima, da GloboNews, o ex-juiz afirmou desconhecer a decisão e reafirmou que não houve qualquer irregularidade no processo. O caso foi levado ao STF por um ex-deputado estadual paranaense, Tony Garcia.
Conforme a coluna, Tony Garcia fechou um acordo de delação premiada com Moro, que na época chefiava a 13ª vara federal. O acordo previa que ele atuasse como um grampo ambulante para obter provas contra integrantes do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas do Estado, entre outras autoridades com foro de prerrogativa de função que estavam fora da jurisdição da Justiça Federal.
Moro nega que tenha ocorrido qualquer ilegalidade e destaca que o instrumento da colaboração premiada, na época, não estava sujeito ao mesmo conjunto de regulamentos legais vigentes hoje. O senador também alega jamais ter obtido gravações de integrantes do Judiciário.
No entanto, tanto a PF quanto a PGR solicitaram a inclusão de Moro, a esposa dele, Rosângela Moro, e procuradores envolvidos no acordo com Tony e na Operação Lava Jato como investigados. A PF investiga se houve crimes de coação, chantagem, constrangimento ilegal e organização criminosa.