STF inicia interrogatórios de réus por possível tentativa de golpe com Bolsonaro e aliados
Depoimentos começam na segunda-feira (9) e devem durar até o fim da semana

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, na próxima segunda-feira (9), os interrogatórios dos réus acusados de envolvimento em uma trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. As audiências serão conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes e devem se estender até sexta-feira (13).
O primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator no caso. Cid prestará depoimento presencialmente, com informações que embasaram investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Entre os elementos reunidos estão falas dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, que confirmaram que Bolsonaro discutiu a chamada “minuta golpista”.
Após Cid, os demais réus prestarão depoimento em ordem alfabética, entre eles o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, que deverá falar entre terça (10) e quarta-feira (11). Também estão na lista Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto, este último será interrogado por videoconferência, pois cumpre prisão preventiva no Rio de Janeiro.
A audiência será realizada na sala da Primeira Turma do STF, adaptada especialmente para a ocasião. O ambiente será semelhante ao de um tribunal do júri, com os réus sentados lado a lado, o que colocará Bolsonaro ao lado de Mauro Cid e do general Augusto Heleno.
Durante os interrogatórios, Moraes será o responsável por conduzir as perguntas, com possibilidade de participação da PGR e das defesas. Os réus terão o direito constitucional de permanecer em silêncio, sem a obrigação de produzir provas contra si.
O Supremo reforçou a segurança da Corte para os interrogatórios, que acontecem após a conclusão da fase de oitiva de testemunhas, encerrada no início de junho. O julgamento envolve o núcleo central de acusados de planejar um golpe de Estado e tentar impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.