Política

STF julga ação que limita alcance da Lei da Ficha Limpa

Processo em análise pode impactar as eleições de 2022

Por Da Redação
Ás

STF julga ação que limita alcance da Lei da Ficha Limpa

Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, agendou para a próxima quarta-feira (09) a retomada do julgamento de uma ação que prevê a redução no tempo de punição de políticos condenados pela Lei da Ficha Limpa. O processo em análise pode impactar ainda as eleições de 2022, previstas para outubro.

Na decisão, políticos como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), condenados no escândalo do mensalão, poderão disputar o pleito de 2022, caso haja aprovação. 

A ação proposta pelo PDT questiona em qual momento deve começar a contar o prazo de inelegibilidade de oito anos, prevista na legislação, para políticos classificados como ficha suja. Segundo o partido, a redação da lei cria uma espécie de inelegibilidade por prazo indeterminado, já que o réu se torna inelegível com a condenação por órgão colegiado e segue sem direitos políticos enquanto cumpre a pena, se tornando inelegível por oito anos depois do cumprimento da pena.

Decisão liminar

O julgamento está em trânsito desde dezembro de 2020, em que ministro Nunes Marques decidiu suspender um trecho da lei e fez liminar determinando que a punição não pode ultrapassar oito anos. No entanto, a medida se aplicava em candidaturas para as eleições de 2020 ainda pendentes de análise pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo.

Em agosto de 2021, o ministro Luís Roberto Barroso discordou parcialmente do que foi proposto por Nunes Marques e defendeu a dedução do período transcorrido entre a condenação por órgão colegiado e o trânsito em julgado dos 8 anos. Segundo ele, é necessário afastar “possíveis excessos”, mas garantir “a incidência da Lei da Ficha Limpa, que prevê a inelegibilidade como sanção autônoma e distinta da condenação criminal”.

Vota nesta quarta o ministro Alexandre de Moraes, que havia pedido mais tempo para analisar a questão. A mudança deve beneficiar toda a classe política, já que políticos que já foram condenados ganharão um prazo menor de inelegibilidade. 

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