Política

Suplente na CPI da Pandemia, Flávio Bolsonaro pede acesso a documentos sigilosos

Acesso do senador aos documentos gera divergência na cúpula da comissão

Por Da Redação
Ás

Suplente na CPI da Pandemia, Flávio Bolsonaro pede acesso a documentos sigilosos

Foto: Agência Senado

Desde que assumiu a condição formal de membro suplente da CPI da Pandemia, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) vem movimentando o gabinete dele para ter acesso à documentação sigilosa da comissão, que inclui, por exemplo, processos em segredo de Justiça, investigações do Ministério Público e quebras de sigilo. 

Ao que tudo indica, o objetivo de acessar os arquivos é avaliar quais documentos podem ser úteis na defesa do governo e quais podem ser utilizados para embasar acusações sobre supostos desvios de recursos envolvendo governadores. A consequência do acesso de Flávio Bolsonaro aos documentos gera divergência na cúpula da CPI, principalmente porque  o senador tem suposta ligação com diretores de hospitais federais do Rio de Janeiro. E essa, segundo a CPI, é uma das linhas de investigação.

“Flávio ter acesso aos documentos é algo que atrapalha as investigações, mas nada que impeça o caminho a que vamos chegar. Com a presença dele na comissão temos que ser mais céleres. Temos que ter consciência do movimento de obstrução que está em curso", disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

O filho do presidente da República também tem proximidade com outros alvos da CPI. Um deles é o empresário Danilo Fiorini Júnior, sócio de Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos. Os dois estiveram com Flávio durante reunião virtual do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em outubro de 2020, o que chamou atenção da cúpula da comissão parlamentar de inquérito. O senador, inclusive, já admitiu manter uma “amizade distante” com Fiorini.

Como membro da CPI, Flávio também poderá protocolar requerimentos e falar, durante as sessões, na frente dos senadores não-membros da comissão. Flávio Bolsonaro assumiu, na semana passada, a condição formal de membro suplente da CPI após a licença de Ciro Nogueira (PP-PI) para assumir a Casa Civil do governo.


 

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