SUS: oftalmologistas salvam mais de 1,2 milhão do risco da cegueira pelo glaucoma
Pesquisa mostra importância do acesso gratuito a tratamentos
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Um levantamento feito pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostra que, entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2023, o atendimento oferecido pelos médicos oftalmologistas na rede pública salvou da cegueira pelo menos 1,3 milhão de pacientes com diagnóstico de glaucoma. Esse contingente foi beneficiado pelo acesso gratuito a tratamentos medicamentosos e cirúrgicos.
Por ano, cada paciente deve utilizar diariamente colírios que são disponibilizados pelo governo para retirada em locais predeterminados a cada três meses, com uso de documentação específica. Somente em 2022, foram realizadas 1.156.754 entregas de medicamentos desse tipo. Ao todo, 289 mil casos de glaucoma foram tratados com a aplicação de colírios que ajudam a estabilizar a pressão intraocular, responsável pela lesão do nervo óptico, o que, sem tratamento adequado, leva à cegueira.
Esse número supera o que foi registrado em 2019 (cerca de 272 mil casos), ano que antecedeu o início da pandemia. Os dados, segundo o estudo, revelam o impacto positivo da assistência oftalmológica no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além dos tratamentos clínicos, pacientes de glaucoma, com maior comprometimento, também puderam recorrer a diferentes tipos de cirurgia por meio do SUS na tentativa de frear o avanço da doença. No período analisado, a cada dia, 45 pessoas que lutam contra o glaucoma reduziram o risco da cegueira dessa forma.
No período analisado, o SUS registrou um total de 68.250 cirurgias para o glaucoma. Em 2022, foram 19.592 intervenções, que representam quase 20% a mais do que foi realizado em 2021. Em 2020, ponto alto da emergência epidemiológica, o volume de procedimentos desse tipo caiu 25% em relação ao ano anterior. Em 2023, em apenas dois meses, as equipes operaram de glaucoma um total de 2.799 pacientes.
Regiões
Entre 2019 e 2022, os tratamentos clínicos e cirúrgicos do glaucoma beneficiam, em média, 289 mil pacientes de todas as regiões brasileiras a cada ano. O Nordeste acumula o maior volume de procedimentos no período avaliado, com uma média anual de 143,3 mil pessoas atendidas com pelo menos uma das duas abordagens terapêuticas.
Na sequência, aparecem, com as seguintes médias: Sudeste, com 112,5 mil casos; Sul, com 19,9 mil; Norte, com 12,3 mil; e Centro-Oeste, com quase 2 mil pacientes atendidos. De acordo com dados analisados pelo CBO, dentre as unidades da Federação, no topo do ranking de produtividade estão as seguintes médias por ano: Minas Gerais, com 70,5 mil pacientes beneficiados; Bahia (56,9 mil casos); São Paulo (36 mil); Pernambuco (32,8 mil); e Paraíba (18 mil).
Veja os dados da tabela abaixo: