SUS realiza 557 mil cirurgias de hérnia abdominal em dois anos, diz DataSUS

Dados recentes do DataSUS revelam que o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou aproximadamente 557 mil cirurgias para correção de hérnias da parede abdominal nos últimos dois anos no Brasil. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH), as hérnias afetam até 20% da população adulta no país, evidenciando sua alta prevalência.

Esse número representa um crescimento de 36,5% ao ano, comparando os dados entre agosto de 2021 e julho de 2023. No primeiro ano, foram efetuados 235.470 tratamentos de hérnias, enquanto no segundo ano, esse número aumentou para 321.613. Notavelmente, apenas 3.540 procedimentos (0,63%) foram conduzidos por meio de técnicas minimamente invasivas, que permitem incisões menores.

O presidente da SBH, Dr. Marcelo Furtado, destaca a eficácia da videolaparoscopia, a técnica minimamente invasiva mais empregada nas cirurgias de hérnia. Ele afirma que "essa técnica reduz significativamente o risco de complicações, minimiza a dor pós-operatória, permite alta hospitalar precoce e possibilita que o paciente retorne mais rapidamente às suas atividades diárias. Na rede privada, quase todas as cirurgias de hérnia são realizadas dessa forma, exceto em casos extremamente complexos que demandam o uso de robôs ou a técnica cirúrgica tradicional [aberta]".

Além disso, aproximadamente 103 mil casos foram de pacientes submetidos a cirurgias de emergência, correspondendo a 18,5% do total de atendimentos.

Gustavo Soares, vice-presidente da SBH e cirurgião em Minas Gerais, destaca a importância de estar alerta para casos que requerem intervenção cirúrgica de urgência. "Geralmente, são pacientes com hérnias abdominais encarceradas ou estranguladas, que causam dor intensa, vômitos e podem comprometer o fluxo sanguíneo do órgão preso à hérnia, frequentemente o intestino. A falta de atendimento adequado em tempo hábil pode resultar em complicações graves, levando à gangrena e, em casos extremos, à morte".