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Tarifaço de Trump: entidades dos EUA defendem isenção de alimentos brasileiros

Empresários temem que as tarifas sobre importações afetem o comércio norte-americano

Por Da Redação
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Tarifaço de Trump: entidades dos EUA defendem isenção de alimentos brasileiros

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Em carta ao Representante Comercial dos Estados Unidos, James Greer, empresários norte-americanos pediram que o tarifaço do presidente Donald Trump não atinja produtos agrícolas, em especial os do Brasil e da União Europeia. 

No documento, a Associação Nacional de Restaurantes (NRA, na sigla em inglês) relata que os estabelecimentos do país estão "extremamente preocupados" de que as tarifas sobre alimentos e bebidas tenham consequências profundas para o setor em meio a uma crise econômica que afeta os EUA.

"A imposição de tarifas a parceiros-chave, como o Brasil e a União Europeia, representaria desafios significativos para a cadeia de suprimentos de restaurantes, afetando o custo e a disponibilidade de produtos essenciais como café, carne bovina, vinhos e destilados europeus", escreveu o vice-presidente executivo e coordenador de relações-públicas da NRA, Sean Kennedy.

A entidade ainda reforça que os preços da carne bovina já apresentam níveis recordes nos EUA, impactando em itens como hambúrgueres e tacos.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a indústria do gado do país vive um momento incomum: o rebanho nas fazendas norte-americanas é o menor em meio século. Em 1975 o número de cabeças de gado era de 140 milhões. Atualmente, esse número é de 94 milhões.

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No entanto, mesmo com o cenário crítico, as entidades norte-americanas buscam uma abordagem pacífica com a Casa Branca, sinalizando apoio à política de proteção comercial desenvolvida pelo governo Trump.

Os empresários defendem que haja uma "calibragem" na medida, para que a cadeia de produção dos Estados Unidos não sofra consequências pela falta de produtos importados, como ressaltado pela Associação de Marcas de Consumo (CBA).

Em carta encaminhada a Trump, Melissa Hockstad, CEO da CBA, pontua que "alguns ingredientes e produtos essenciais simplesmente não estão disponíveis nos EUA", como café, aveia, cacau, especiarias, frutas tropicais e até um tipo de aço utilizado na fabricação de latas de alimentos.

"À medida que prossegue com sua agenda de política comercial, acreditamos que há um caminho para elevar sua abordagem sobre tarifas para garantir que elas tenham o impacto máximo sem consequências indevidas sobre os principais fabricantes dos EUA e a natureza composta dos aumentos de preços que os consumidores podem ver no supermercado", disse Hockstad.

"Apelamos respeitosamente a que conceda isenções pautais agrícolas específicas para proteger os fabricantes americanos que dependem de agricultores e fontes nacionais, mas que ainda têm de recorrer a importações para certos ingredientes e insumos essenciais que, de outra forma, seriam impossíveis de obter", continuou.

O vice-presidente executivo da NRA ressalta que alguns produtos não podem ser cultivados nos EUA em alguns períodos do ano e, por isso, "tarifas sobre essas importações críticas interromperiam as cadeias de suprimentos, aumentariam os custos para os operadores e, por fim, levariam a preços mais altos nos menus para os consumidores".

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