Tarifaço: ex-embaixador pede que Lula evite retaliação e fortaleça comércio com Europa e Ásia
Segundo Rubens Ricupero, governo brasileiro deve evitar embates com Donald Trump

Foto: Reprodução/GloboNews
O ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos e conselheiro emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Rubens Ricupero, defendeu nesta terça-feira (22) que o país diversifique o comércio, fortalecendo relações com Europa e Ásia, em vez de adotar uma política de retaliação contra Donald Trump.
Em 9 de julho, o presidente Donald Trump anunciou que, a partir de 1º de agosto, os Estados Unidos aplicarão uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados ao mercado americano. O republicano justificou a medida com argumentos políticos, citando a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde o anúncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dito que o Brasil buscará negociar com os EUA, mas que poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) ou acionar a Lei da Reciprocidade Econômica, recentemente sancionada e regulamentada.
Ricupero, no entanto, defende que o Brasil evite retaliações diretas e siga outros caminhos, como:
- Fortalecer a articulação com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil;
- Aprofundar as relações com a Europa e a Ásia;
- Coordenar posições conjuntas e propor reformas para fortalecer a OMC.
"É imprescindível que o Brasil mantenha uma política externa ativa, voltada à contenção de danos, com canais diplomáticos abertos e diversificados, especialmente nos âmbitos ministerial, legislativo, subnacional e junto ao setor privado", afirma Ricupero no documento Brasil e Estados Unidos na Era Trump 2.0, divulgado pelo Cebri.
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