Taxa de juros do rotativo do cartão de crédito atinge o maior nível desde 2017, revela BC
Cobranças exorbitantes geram discussões para a extinção da modalidade de crédito
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Banco Central (BC), os brasileiros que recorreram ao rotativo do cartão de crédito em abril se depararam com uma taxa média de 447,7% ao ano, o maior nível desde março de 2017 (490,33%).
Com o aumento da taxa média de juros do cartão, um consumidor que cair no rotativo com uma dívida de R$ 1.000 terá que desembolsar R$ 4.903,30 para quitar o saldo devedor junto à instituição financeira após um ano.
Os valores revelados pelas estatísticas monetárias e de crédito mostram que a taxa atual é 14,4% maior do que a apurada em março (433,3% ao ano). Nos últimos 12 meses, a alta chega a 83,7%.
As cobranças exorbitantes dos juros do rotativo têm gerado discussões entre o governo e o setor financeiro para a extinção dessa modalidade de crédito. A proposta está em pauta em um grupo de trabalho composto pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Ministério da Fazenda e Banco Central.
No caso do cartão parcelado, a taxa média de juros aumentou 7,5%, elevando-a para 200,7% ao ano em abril. Em 12 meses, a variação dessa modalidade de crédito é de 25,2%. Com essas evoluções, o percentual médio cobrado em todas as modalidades do cartão alcança 104,8% ao ano após um aumento de 2,4% no mês.
Cheque especial
Além disso, os dados revelam um crescimento de 3,9% na taxa média de juros cobrada no cheque especial, que atingiu 134% ao ano ao longo do mês de abril. Esse patamar, 1,3% maior do que o registrado há 12 meses, é menor do que o alcançado em fevereiro (134,7% ao ano).
O rotativo do cartão de crédito e o cheque especial são as modalidades de crédito mais utilizadas em momentos de dificuldade e, consequentemente, têm as taxas de juros mais altas do mercado.