TCU quer julgar caso das joias já em setembro
Defesa de Jair Bolsonaro não pretende bater de frente com o TCU
Foto: Agência Brasil
O Tribunal de Contas da União (TCU) quer correr com a julgamento do casos da joias e pretende ainda em setembro dar início ao processo. Um ponto tem incomodado os ministros da Corte é a possibilidade de que um dos seus integrantes, ministro Augusto Nardes, tenha agido com benevolência em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em março, Nardes determinou que Bolsonaro poderia agir como "depositário da joias", além de decidir que os bens fossem devolvidos de imediato à União. Contudo, a punição mais extrema que o TCU pode aplicar ao ex-presidente é impedimento assumir cargos públicos, decisão que perde relevância, se considerar que Bolsonaro já foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A Corte tentou ter acesso as provas que a Polícia Federal recolheu na última semana, para ir de encontro a postura "benevolente" de Nardes, mas sem sucesso.
Nardes foi flagrado em novembro do ano passado, em um áudio em que ele afirmou que tinha conhecimento de um movimento nas casernas que levaria a um “desenlace muito forte na nação". No início deste ano, o mesmo foi escolhido como relator do caso das joias na Corte. Interlocutores do tribunal, apontam que ele vem escondendo as irregularidades que os auditores detectaram sobre o tema.
A defesa de Bolsonaro não deve se movimentar contra o TCU, a menos que sofra uma derrota no julgamento. “Não é peitar o TCU, mas caso a decisão seja desfavorável, podemos judicializar a questão, inclusive com o pedido final de restituição das peças”, conta um dos integrantes.