Tebet diz estar 'pronta para assinar' pedido de abertura da CPI da Petrobras
Para a senadora, CPI poderia 'escancarar algo que esteja acontecendo de muito sério' na estatal
Foto: José Cruz/Agência Brasil
A senadora e pré-candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, afirmou nesta segunda-feira (20) que está 'pronta' para assinar um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras. A ação foi proposta pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), no dia 17 de junho, defendendo que o conselho e diretoria da estatal sejam investigados.
“Quando eu acho que já vi de tudo, alguma coisa sempre acontece para me surpreender. Eu nunca vi um presidente da República querer abrir uma CPI para investigar atos que podem condená-lo”, afirmou Tebet em entrevista ao podcast O Assunto. “Peço para que o líder do governo ou a bancada do governo apresente essa CPI“, continuou.
Segundo a senadora, a CPI poderia não resultar em uma mudança imediata do preço dos combustíveis, mas teria a possibilidade de “escancarar algo que esteja acontecendo de muito sério” na Petrobras.
Além disso, Tebet afirmou ainda não acreditar que a privatização da Petrobras seja uma solução para o barateamento da gasolina e do diesel nas bombas, defendendo também o voto favorável ao teto de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que recai sobre combustíveis, energia elétrica, transportes e telecomunicações.
“Nós só tínhamos um cenário: escolher entre algo que pode ser inconstitucional e vai ser judicializado, ou minimamente tentar barrar [o aumento dos preços] até o final do ano”, disse.
Sobre o aumento dos gastos públicos sem fiscalização do governo, a senadora defendeu a recriação do Ministério de Planejamento e Orçamento, como forma de coibir esses números, como o orçamento secreto.
“Se não tem direcionamento, você tem um dinheiro solto que dá toda a sorte para o descaminho”, disse.
Amazônia
No podcast, Tebet ainda afirmou que, como pré-candidata, defenderá o objetivo de “desmatamento zero” nas áreas preservadas da Amazônia. Além disso, ela defendeu a existência de uma margem para a conciliação entre a preservação das florestas e a produção agropecuária.
“O agronegócio é uma cadeia produtiva que envolve o agricultor familiar, que produz 70% do nosso feijão, produz mais de 30% do nosso arroz, mais de 80% da nossa mandioca”, seguiu.
A pré-candidata ainda apontou que o país tem potencial para se tornar líder no mercado de crédito de carbono e cumprir os compromissos de descarbonização da economia estabelecidos pelo Acordo de Paris para 2030. “O cerne está no reflorestamento e em impedir o desmatamento ilegal da Amazônia”, disse, propondo ações como o aumento da fiscalização de órgãos ambientais e a parceria entre os agricultores, a iniciativa privada e as comunidades indígenas.
“Não há contradição entre meio ambiente e agronegócio”, defendeu.