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Técnica com DNA de três pessoas ajuda a prevenir doenças genéticas em bebês no Reino Unido

Procedimento inédito substitui mitocôndrias defeituosas e garante nascimento de oito crianças saudáveis

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Técnica com DNA de três pessoas ajuda a prevenir doenças genéticas em bebês no Reino Unido

Foto: Arte/Agência Brasil

Oito bebês nasceram livres de doenças hereditárias graves após passarem por uma técnica inovadora de fertilização in vitro que utiliza o DNA de três pessoas, segundo estudo divulgado pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido, e publicado no The New England Journal of Medicine. O procedimento, conhecido como transferência pronuclear, substitui mitocôndrias com mutações herdadas das mães por mitocôndrias saudáveis de uma doadora, reduzindo o risco de doenças que não possuem cura.

“Como pais, tudo o que sempre quisemos foi dar à nossa filha um começo de vida saudável. A fertilização in vitro com doação de mitocôndrias tornou isso possível. Após anos de incerteza, este tratamento nos deu esperança — e então nos deu o nosso bebê”, afirmou a mãe de uma das crianças, em nota divulgada à imprensa.

O tratamento consiste na retirada do núcleo de um óvulo fertilizado com mutações mitocondriais e sua transferência para um óvulo doado, previamente sem o núcleo, mas com mitocôndrias saudáveis. Dessa forma, os bebês herdam o DNA nuclear dos pais e o DNA mitocondrial da doadora, passando a ter o material genético de três pessoas.

De acordo com os pesquisadores, todos os bebês, incluindo um par de gêmeos idênticos, nasceram saudáveis e se desenvolveram normalmente. Cinco deles seguem sem qualquer problema de saúde, enquanto outros três superaram questões médicas iniciais que, segundo os especialistas, não estão diretamente relacionadas ao procedimento.

Mary Herbert, principal autora do estudo, destacou que os resultados são animadores, mas ressaltou a importância de prosseguir com pesquisas para aperfeiçoar a técnica. “Os resultados dão motivos para otimismo. No entanto, pesquisas para melhor compreender as limitações das tecnologias de doação mitocondrial serão essenciais para aprimorar ainda mais os resultados do tratamento.”

O DNA mitocondrial, herdado exclusivamente pela mãe, é responsável por fornecer energia ao organismo. Alterações nesse material genético podem resultar em doenças graves, afetando principalmente órgãos como coração, músculos e cérebro. Estima-se que uma em cada cinco mil crianças nasça com mutações mitocondriais, para as quais ainda não há tratamento curativo.

Bobby McFarland, diretor do Serviço Altamente Especializado do NHS para Doenças Mitocondriais Raras, reforçou a importância do monitoramento das crianças que passaram pelo procedimento, mas celebrou os primeiros resultados positivos: “Embora o acompanhamento a longo prazo de crianças nascidas após doação de mitocôndrias seja de suma importância, esses resultados iniciais são muito encorajadores.”

O avanço representa um marco no combate a doenças mitocondriais, oferecendo a famílias afetadas a possibilidade de ter filhos saudáveis e com melhores perspectivas de qualidade de vida.

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