Tecnologia pode reduzir em 40% uso de energia no setor de edificações
Conclusão consta em estudo do Ministério de Minas e Energia

Foto: Reprodução/TV Brasil
O Ministério de Minas e Energia (MME) lançou nessa quinta-feira (19) um estudo que visa estimular a discussão e o uso de tecnologias de eficiência energética no setor de edificações por meio da adoção de procedimentos de digitalização. A possibilidade de redução no consumo de energia no setor de construção pode chegar a 40% até 2050, o que representaria um ganho total de 161 TeraWatts (TWh).
Esse valor, segundo o diretor do Departamento de Acompanhamento Energético do MME, Carlos Alexandre Pires, é comparável ao consumo anual de eletricidade de cerca de 3.360 mil domicílios e equivale a 815 mil toneladas de carbono (tCO2) de emissões evitadas.
“As ferramentas digitais podem contribuir para a eficiência energética durante todo o ciclo de vida de um edifício, considerando a fase pré-operacional, na fabricação dos materiais, e as fases de projeto, de construção e de operação do edifício”, disse Pires em videoconferência. “A digitalização nessas fases da edificação é fundamental para o alcance das metas climáticas na construção. Ativando potenciais para a redução de carbono, embutidos nos materiais e nos processos de construção”, completou.
O estudo ‘Digitalização e Eficiência Energética no Setor de Edificações no Brasil’ foi realizado em cooperação com o governo alemão e analisou 20 soluções digitais que podem contribuir para a eficiência energética durante todo o ciclo de vida de uma edificação.
Estas soluções passam pela adoção de tecnologias de gestão e automação; programas computacionais de modelagem dos edifícios; tecnologias de gerenciamento e segurança dos dados, usadas desde o desenho e modelagem dos edifícios aumentando o desempenho energético da edificação por anos, como a orientação solar, sistemas de ventilação, envoltória, dentre outros. Além disso, a digitalização dos processos de construção pode impulsionar a padronização de componentes e processos de construção associada a medidas de eficiência.
Futuro
O estudo também traça três cenários para o incremento de ferramentas de digitalização no segmento de edificações, que compreende os setores residencial, comercial e público: um mais lento, um moderado e outro de rápida inserção da digitalização.
Segundo o estudo, esses cenários podem ser agravados pela continuidade da crise econômica e com baixo crescimento da economia e outros fatores, como a implementação das diversas políticas públicas setoriais de forma descoordenada, sem sinergia entre os órgãos competentes; inexistência de linhas de crédito específicas para a implementação de soluções digitais nas edificações, a falta de definição precisa de papéis e responsabilidades em relação ao uso e garantia de equipamentos incorporados à edificação.