Teich diz que não anteciparia decisão sobre liberação de cloroquina
Declaração foi feita em entrevista nesse domingo
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Em entrevista à Globo News neste domingo (24), o ex-ministro da Saúde Nelson Teich afirmou que sua saída do cargo foi ocasionada por um “desalinhamento” com o presidente Jair Bolsonaro envolvendo a antecipação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com sintomas leves de coronavírus.
O ex-ministro da Saúde afirmou que o debate a respeito do uso da cloroquina teve influência na decisão de deixar o cargo. Ele defendeu que deve existir uma regra sobre a aplicação do medicamento e que a decisão não pode ficar a cargo do médico que trata o paciente na ponta.
"É óbvio que a opção por antecipar o uso teve peso, porque é uma escolha. O presidente achava melhor antecipar, e eu achava que não. Houve uma divergência. Como a gente não tem um dado efetivo... Se o Conselho autoriza, por que eu não posso autorizar? Por que você não pode autorizar, entendeu? As instituições têm de se posicionar forte. Não dá para delegar isso para o médico, a situação é muito intensa e complexa.", disse.
O ex-ministro também refutou a avaliação de que ele não comandava de fato o ministério e disse que o histórico nas Olimpíadas, Venezuela e outras qualidades fizeram entender que Pazuello era uma boa indicação. Teich acrescentou ainda que ouviu de Pazuello que a intenção dele e dos outros militares que estão na pasta é permanecer a frente do Ministério da Saúde de forma temporária.
"Ele é o ministro interino, não sei exatamente como ele vai conversar. O próprio Eduardo tem a proposta... Depois dessa pandemia, eles voltariam e seriam substituídos pouco a pouco. Ele (presidente) trazer o time dele para um momento de crise desse é a coisa mais natural que possa existir.", afirmou.