Temer revela que Donald Trump propôs "ações mais drásticas" contra Venezuela
EUA nunca descartou a possibilidade de ação militar contra o governo Nicolás Maduro

Foto: Agência Brasil
O ex-presidente Michel Temer revelou, por meio de seu livro A Escolha, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu “ações mais drásticas” contra a Venezuela em ação conjunta com o Brasil, Panamá e Colômbia. Contudo, segundo ele, o presidente americano não deixou claro se isso se tratava “de uma intervenção ou não” no sentido militar contra o país vizinho. As informações são do Estadão.
A reunião entre Temer e Trump aconteceu em 18 de setembro de 2017, às vésperas da reunião anual das Nações Unidas, em um hotel, em Nova York. Naquele época, o jantar oferecido pelo americano teve ainda como convidados os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do Panamá, Juan Carlos Varela. A revelação do ex-presidente foi confirmada pelo Estadão que entrevistou o então ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira. “Mais de um presidente falou em exercer pressões e jogou lenha na fogueira. O Temer pôs água na fervura”, afirmou o ex-chanceler brasileiro.
Temer disse ainda que a solução drástica de Trump recebeu a rejeição dos outros presidentes, mas que também houve quem propusesse ações alternativas também drásticas. Ainda segundo o Estadão, o ex-chanceler não soube dizer se a proposta de sanção contra o petróleo venezuelano partiu da Colômbia ou do Panamá. De acordo com ele, durante a discussão sobre ações e sanções contra a Venezuela, Trump interrompeu a conversa.
Contudo, Trump nunca descartou a possibilidade de uma ação militar contra a Venezuela. Além disso, Trump escalou sanções contra integrantes do governo Nicolás Maduro, por meio do bloqueio de bens e até mesmo da promoção de acusações de tráfico de drogas contra a cúpula do regime da Venezuela. O ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton afirmou, no livro dele de memória, que Trump disse que "seria cool invadir a Venezuela".