Terra ultrapassa seis limites planetários estabelecidos para manter a estabilidade do planeta
O estudo destaca que as atividades humanas tiraram a Terra dessa "janela de controle ambiental do Holoceno"
Foto: NASA
O estudo publicado na revista Science Advances sugere que a atividade humana levou a Terra a ultrapassar seis dos nove limites planetários estabelecidos para manter a estabilidade e resiliência do planeta. Esses limites foram definidos com base nos processos físicos e químicos que regulam os sistemas terrestres em suas diversas variações. Essa estrutura tem como objetivo quantificar os níveis de perturbação causados pela ação humana e determinar os pontos em que o estado de cada sistema se diferencia significativamente do estado interglacial semelhante ao Holoceno, que prevaleceu nos últimos 10.000 anos e é considerado o estado preferido para o bem-estar humano.
O estudo destaca que as atividades humanas tiraram a Terra dessa "janela de controle ambiental do Holoceno", marcando o início do Antropoceno. Como resultado, o estado ambiental atual do planeta continua em evolução, e as condições finais globais permanecem incertas.
Foram analisados nove processos incluindo a integridade da biosfera, mudanças climáticas, acesso e qualidade da água, acidificação dos oceanos, destruição da camada de ozônio, carga de aerossóis atmosféricos, mudanças nos sistemas terrestres, introdução de novos componentes como produtos químicos sintéticos e resíduos nucleares, e fluxos biogeoquímicos, como o ciclo de nitrogênio. A maioria desses processos está além do ponto ideal para a vida, com exceção da destruição da camada de ozônio, acidificação dos oceanos e carga de aerossóis atmosféricos, que se aproximam dos limites.
Os autores ressaltam a importância de não tratar essas alterações ambientais causadas pelo homem de forma isolada e destacam a necessidade de entender as interações complexas entre essas perturbações e seus efeitos agregados sobre o sistema terrestre como um todo. A estrutura de limites planetários proposta no estudo visa ajudar os cientistas a avaliar essas interações e seus impactos globais.