Teto salarial de militares opõe ministérios da Defesa e da Economia
Mourão diz que é contra permissão para militares receberem acima do teto

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Um novo benefício para militares da reserva tem colocados em lados opostos do Ministério da Defesa e o da Economia. A pasta comandada pelo general Fernando Azevedo conseguiu o aval para que integrantes das Forças Armadas com cargo no governo acumulem remunerações acima do teto do funcionalismo (R$ 39,3 mil), mas a equipe de Paulo Guedes tenta barrar.
Em documento obtido pelo Estadão, a área econômica alerta para o possível impacto nas contas que a mudança na regra pode causar e pontos que, desde 2018, o desconto feito no salário de servidores poupou R$ 518 milhões aos cofres públicos.
O vice-presidente Hamilton Mourão, afirmou nesta segunda-feira (31) ser contra a liberação para que militares recebam acima do teto constitucional do funcionalismo (R$ 39,2 mil, vencimento de ministro do Supremo Tribunal Federal).
Segundo Mourão, que é general da reserva do Exército, há decisão judicial que permite a prática defendida pela Defesa. No entanto, ao analisar a “questão ética e moral”, Mourão é contra o acúmulo, já que o país enfrenta situação fiscal difícil.
"Tem a questão ética e moral, que eu acho que, então, não é o caso. Eu, claramente, sou contra isso aí em um momento que nós estamos vivendo. Se a gente estivesse vivendo uma situação normal, país com recurso sobrando, tudo bem. Mas não é o que está acontecendo", disse o vice-presidente.