Tragédia no RS é o maior sinistro enfrentado pelas seguradoras no Brasil, diz setor
Segundo a confederação, o maior impacto, por enquanto, vem das apólices de automóveis
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
A CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) diz que os sinistros já acionados no Rio Grande do Sul em decorrência das enchentes de maio somam um impacto estimado em R$ 1,673 bilhão.
O valor final, porém, ainda é incerto, já que apenas uma pequena parcela dos clientes acionou suas seguradoras que, por sua vez, não conseguiram avaliar de forma adequada o custo real dessas ocorrências.
"Seguramente, o valor final será muito maior. Sem dúvida, essa é a maior indenização de um único evento que o setor já enfrentou no país", disse Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira (24).
Por enquanto, foram 23.441 sinistros reportados até esta quinta-feira (23).
Segundo a confederação, o maior impacto, por enquanto, vem das apólices de automóveis. São 8.216 sinistros acionados, que somam um custo estimado em R$ 557,4 milhões.
O maior número de ocorrências informadas, porém, é em seguros residenciais e habitacionais. São 11.396 sinistros informados, com um custo potencial de R$ 239,2 milhões.
"Em automóveis é mais fácil estimar o impacto, porque o seguro total, que mais de 90% das pessoas contratam, tem cobertura para alagamentos. Em residencial, porém, a cobertura para alagamento é muito baixa", afirma Oliveira.
Apesar dos altos valores, as seguradoras estão com recursos em caixa, com robustas reservas técnicas. "O sistema brasileiro está plenamente preparado. As seguradoras têm recursos o suficiente para arcar com esse evento", diz Oliveira.
Devido à tragédia, o setor prorrogou o vencimento das apólices na região e está concedendo algumas indenizações sem necessidade de averiguação, em poucos dias.