Tremor de terra como o de Araxá ocorre apenas duas vezes por ano no Brasil, diz sismólogo

Foto: Prefeitura de Araxá
O tremor de terra registrado na noite de sexta-feira (12) em Araxá, no Alto Paranaíba, ocorre, em média, apenas duas vezes por ano no Brasil, segundo o sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). O abalo foi detectado às 22h10 e teve magnitude de 3,9 na escala Richter.
De acordo com o especialista, a região de Araxá possui histórico de atividade sísmica. O último evento semelhante havia sido registrado em 15 de dezembro de 2024, com magnitude de 3,1. Tremores desse porte geralmente não provocam danos estruturais, mas podem ser sentidos pela população e causar preocupação momentânea.
Moradores relataram nas redes sociais que sentiram um rápido tremor durante a noite. A Prefeitura e a Defesa Civil confirmaram a ocorrência por meio de nota oficial divulgada ainda na sexta-feira. Até o fim da noite, não havia registro de feridos nem de prejuízos materiais, e equipes permaneceram em monitoramento preventivo.
Segundo o Centro de Sismologia da USP, mais de 50 relatos foram enviados por moradores por meio do sistema “Sentiu Aí?”, que reúne percepções da população após eventos sísmicos. Usuários de celulares Android também receberam alertas automáticos indicando magnitude de 4,4, valor que não foi confirmado pelos órgãos técnicos.
Bruno Collaço, sismológo, explicou que, embora seja comum imaginar que um terremoto acontece em um único ponto, chamado de epicentro, o fenômeno ocorre, na verdade, a partir da ruptura de rochas no interior da crosta terrestre. No caso do tremor em Araxá, a ruptura teria cerca de 500 metros de extensão, o equivalente a aproximadamente cinco campos de futebol enfileirados.
O sismo ocorreu dentro da Placa da América do Sul, onde o Brasil está localizado, e o movimento interno dessa estrutura é o responsável pelos tremores sentidos na superfície. O Centro de Sismologia reforçou que tremores de terra não podem ser previstos e que não é possível afirmar se novos abalos ocorrerão.
A Prefeitura informou ainda que as mineradoras que atuam no município foram acionadas e que as barragens permanecem estáveis. As estruturas seguirão sendo monitoradas de forma preventiva para garantir a segurança da população.
A Defesa Civil orienta que, em caso de novos tremores, a população mantenha a calma, busque abrigo em locais seguros e siga apenas informações divulgadas por canais oficiais. Em situações de risco, o órgão pode ser acionado pelo telefone 199.


