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Tribunal decide a favor da extradição de Alex Saab para os Estados Unidos

Empresário é acusado de lavagem de dinheiro

Por Da Redação
Ás

Tribunal decide a favor da extradição de Alex Saab para os Estados Unidos

Foto: Eugênio Teixeira/VOA

O Tribunal de Relação de Barlavento na ilha de São Vicente, em Cabo Verde, autorizou nesta terça-feira (5), a extradição do empresário colombiano e enviado especial do Governo da Venezuela, Alex Saab, para os Estados Unidos. Saab, que é acusado de controlar uma vasta rede financeira para lavar cerca de US $ 350 milhões por meio do controle cambial venezuelano, junto a figuras de alto escalão do regime socialista na Venezuela, incluindo três dos enteados do presidente Nicolás Maduro. 

O empresário foi detido em junho de 2020 a pedido dos EUA. Segundo fontes federais, Saab inicialmente concordou em cooperar com as autoridades americanas para obter vantagens em uma negociação para redução de sua pena, mas após pressão do regime madurista, ele assumiu uma postura de endurecimento, passando a denunciar supostas ‘torturas’ que não foram constatadas.

Para a defesa, "a decisão do Tribunal da Relação não era de estranhar, tendo em conta a contínua série deplorável de decisões em que os tribunais cabo-verdianos se negam sistematicamente em analisar os argumentos apresentados pela defesa do enviado especial, violando a lei e a Constituição".

Um comunicado enviado à VOA pelo escritório do advogado espanhol que lidera a equipa internacional de defesa, Baltasar Garzón, confirma a notícia e avisa que "irá impugnar de forma mais enérgica possível a injustiça da decisão de hoje (segunda-feira, 4)" junto do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Além disso, o documento classifica a decisão do tribunal de segunda instância “um desafio directo ao Tribunal Regional da CEDEAO, na sua sentença de Dezembro de 2020, para suspender a extradição do enviado especial até à audiência principal agendada para 4 de fevereiro em Abuja, Nigéria".

O advogado de Alex Saab em Cabo Verde, José Manuel Pinto Monteiro, comparou o caso ao do fundador do Wikileaks, Julian Assange, cuja extradição para os Estados Unidos foi negada ontem por um tribunal britânico. "Um número significativo de argumentos que temos usado foram aceites hoje (ontem)por um tribunal do Reino Unido na sentença que negou a extradição de Julian Assange aos Estados Unidos, no entanto, esses mesmos argumentos caíram em ouvidos moucos em Barlavento”.

Caso

Alex Saab foi detido a 12 de junho pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas durante uma escala técnica no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos da América. O Governo da Venezuela afirmou que Saab viajava com passaporte diplomático daquele país, enquanto "enviado especial", pelo que não podia ter sido detido.

Os EUA acusam Alex Saab de ter branqueado 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar atos de corrupção do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, através do sistema financeiro norte-americano.
 

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