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Ex-embaixador dos EUA diz que Bolsonaro deixou de ser prioridade para Trump, mas que STF continuará sob pressão

A avaliação foi feita em entrevista à BBC News Brasil e publicada pelo g1

Por Da Redação
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Ex-embaixador dos EUA diz que Bolsonaro deixou de ser prioridade para Trump, mas que STF continuará sob pressão

Foto: State Departament - Flickr/The White House

O ex-embaixador americano no Brasil Thomas Shannon afirmou que, embora Donald Trump tenha decidido reaproximar os Estados Unidos do governo brasileiro após semanas de tensão diplomática, é improvável que o republicano retire as sanções aplicadas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, Bolsonaro “virou página” para Trump — mas o tema judicial seguirá no radar do ex-presidente.

A avaliação ocorre após uma guinada brusca na postura da Casa Branca. Em julho, Trump havia imposto uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e condicionado a retomada do diálogo bilateral à suspensão do julgamento de Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo STF a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. As sanções também incluíram nomes da cúpula do Supremo com base na Lei Magnitsky.

A tensão começou a diluir em setembro, quando Trump e Lula se encontraram na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. O republicano disse ter “gostado muito” do brasileiro. Depois disso, trocaram telefonemas e auxiliares passaram a trabalhar para um novo encontro — que deve ocorrer amanhã (26), na cúpula da ASEAN, na Malásia.

Shannon vê dois fatores centrais para a reviravolta. O primeiro é que Trump teria reconhecido que não conseguiria interferir no processo judicial de Bolsonaro. “Trump sabe que sua tentativa de proteger Bolsonaro da prisão e garantir que ele pudesse disputar eleições fracassou”, disse.

O segundo, segundo ele, é que o empresariado americano pressionou para barrar as tarifas, alertando sobre aumento de custos para empresas e consumidores nos EUA. “Acho que o presidente foi exposto, por meio do setor privado americano, a uma espécie de curso intensivo sobre o impacto que essas tarifas teriam no dia a dia de muitos americanos”, afirmou Shannon.

O ex-embaixador considera “inteligente” a manobra diplomática de Trump, que teria transformado um impasse econômico e institucional em um gesto pessoal para reposicionar a relação entre os países. Apesar da trégua, Shannon não vê espaço para recuo nas sanções contra alvos do STF, indicando que Washington deve focar agora em negociações econômicas com Brasília.

Shannon foi embaixador no Brasil entre 2009 e 2013 e atuou como assessor do Departamento de Estado para o Hemisfério Ocidental. Hoje, trabalha no setor privado e foi contratado pelo governo brasileiro para tentar reverter as tarifas em Washington.

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