TSE suspende nova propaganda com Michelle na campanha de Bolsonaro
Segundo o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, os novos vídeos usam "trucagem" para manter a presença da primeira-dama
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
As novas propagandas com a primeira-dama Michelle Bolsonaro usadas pela campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro serão suspensas por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, os novos vídeos usam "trucagem" para manter a presença de Michelle em tempo superior ao limite previsto em lei para a participação de apoiadores - tanto em imagens quanto em áudio.
Para o ministro, esse artifício foi utilizado para driblar a decisão do próprio TSE que já havia restringido à participação da primeira-dama na campanha. A decisão atende a um pedido da federação que apoia a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"De maneira premeditada, cientes da decisão liminar que os proibia de veicular novamente a inserção narrada pela Senhora Primeira-Dama, usando de trucagem para distorcer a realidade da narração da propaganda, gerando, com isto, a percepção no eleitor de que as frases estão sendo ditas por Michelle Bolsonaro”, afirmou a campanha do petista.
Sanseverino considerou que "a permanência da divulgação da publicidade impugnada nas inserções em rede de televisão perpetua a ilegalidade e produz inegáveis reflexos na isonomia do processo eleitoral".
"Persiste a participação de Michelle Bolsonaro, na condição de apoiadora, em mais de 25% do tempo da inserção, haja vista a veiculação, durante toda a propaganda, de depoimento com aparência de ter sido por ela proferido", afirmou o ministro.
Foi estabelecido também que a campanha de Bolsonaro não pode fazer novas divulgações com igual teor, sob pena de multa de R$ 25 mil em caso de descumprimento.