Twitter mudará corte automático de fotos após acusação de racismo
Diretor de tecnologia admitiu que a inteligência artificial utilizada para o corte de fotos apresenta um problema em potencial
Foto: Reprodução
O Twitter anunciou que vai mudar a maneira como o seu sistema de corte automático de imagens funciona, depois que a ferramenta baseada em aprendizado de máquina foi acusada de racismo por vários usuários.
O diretor de tecnologia do Twitter Parag Agrawal, em comunicado publicado no blog da empresa nesta quinta-feira (1º), admitiu que a inteligência artificial utilizada para o corte de fotos apresenta um problema em potencial. De acordo com ele, evidências de preconceito racial ou de gênero não foram detectadas durante os testes do recurso, mas agora a empresa está ciente da falha.
A plataforma afirma que para corrigi-la, está realizando testes mais rigorosos e trabalhando em maneiras de melhorar o serviço. A ideia é seguir o princípio “o que você vê é o que você obtém”, disponibilizando novas opções de recorte de imagens e visualização da aparência delas, na hora de anexar uma foto ao tweet.
No comunicado, também assinado pelo chefe de design do microblog Dantley Davis, a companhia revelou que diminuirá a dependência do recurso, dando aos usuários um maior controle sobre como as imagens aparecem na plataforma. Apesar disso, a ferramenta algorítmica ainda poderá entrar em ação, em casos como o uso de fotos fora do tamanho padrão do serviço.
O corte automático de imagens do Twitter, introduzido em 2018, usa uma rede neural que prevê onde uma pessoa média olharia primeiro ao visualizar uma foto. A partir daí, é feito o corte, evitando que as imagens ocupem muito espaço no feed.
Usuários começaram a reclamar da ferramenta em meados de setembro, alegando que ela sempre seleciona rostos de pessoas brancas nas fotos, mesmo em meio a uma maior quantidade de pessoas negras.
Apesar de estar trabalhando em melhorias na ferramenta, o Twitter não revelou quando as mudanças serão lançadas.