UE afirma que autorização de vacinas contra variantes da Covid-19 será mais rápida
Bloco tem sido criticado pela lentidão em aprovar e distribuir vacinas entre os países-membros
Foto: Agência Brasil
A comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, disse no último domingo (14), em entrevista ao jornal alemão Augsburger Allgemeine, que a União Europeia quer acelerar o protocolo para a autorização de vacinas adaptadas para combater as novas variantes do coronavírus, causador da Covid-19, que são mais contagiosas. Segundo ela, as novas versões das vacinas já aprovadas no bloco não precisarão passar de novo por todas as etapas para serem certificadas.
"Nós analisamos o procedimento, junto com a Agência Europeia de Medicamentos, e decidimos que uma vacina melhorada por um fabricante para combater as novas variantes, baseada em uma vacina já existente [e certificada], não precisará passar por todas as etapas de autorização", disse.
O bloco tem sido muito criticado pela lentidão em aprovar e distribuir vacinas entre os países-membros, na comparação com outras potências ocidentais como o Reino Unido e os Estados Unidos. Em relação às medidas tomadas para combater as novas variantes, os países europeus aceleram a proteção contra a disseminação das novas cepas, a do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, mas até o momento não decretaram novos bloqueios rígidos para conter as variantes.
A partir deste domingo (14), a Alemanha fechou parcialmente suas fronteiras com a República Tcheca e a região austríaca de Tirol. Cerca de 1 milhão de policiais realizam controles em pontos das fronteiras, como em Kiefersfelden. Já o governo português anunciou no último sábado (13), que prolongará a suspensão de voos com Brasil e Reino Unido até 1º de março para tentar controlar a propagação de casos da Covid-19 e das novas variantes do vírus.
Leste francês
Na região do Grande Leste francês, a disseminação das novas cepas, em especial a sul-africana, levou as autoridades locais a acentuar as medidas de restrição. Até o momento, estima-se que mais de 100 casos novos da linhagem estejam ocorrendo a cada dia. Cada novo teste positivo será considerado como um caso provável de variante e a quarentena obrigatória passa a ser de 10 dias, em vez de sete para o coronavírus dito "selvagem".
Já no norte do país, é a variante do Reino Unido que preocupa. "Temo, infelizmente, que essas variantes inglesa e sul-africana se tornem majoritárias no início de março. É o que estamos vendo em todos os países da Europa", lamentou Arnaud Fontanet, epidemiologista e membro do Conselho Científico, que orienta o governo francês, em entrevista à emissora Europe 1. O presidente Emmanuel Macron reconheceu, em entrevista publicada neste domingo, que o combate às variantes "é uma corrida contra o relógio" no país.