Uma a cada três pessoas desocupadas na Bahia está há mais de dois anos sem trabalhar
Trabalhadores formais ganham, por mês, mais que o dobro dos trabalhadores informais
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A Bahia registrou uma redução de 24,8% no número de desocupados em 2022, caindo de 1,418 milhão para 1,067 milhão. Apesar disso, a proporção de pessoas desocupadas por mais de dois anos aumentou, atingindo 33,9%. A porcentagem representa mais de um terço do contingente total, marcando o maior índice na série histórica iniciada em 2012. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (5).
A Bahia ocupa o sétimo lugar nacional no ranking de pessoas desempregadas, com o Rio de Janeiro liderando com 42,6%, seguido de Amapá (42,1%) e Acre (41,9%).
Os dados de rendimento mensal habitual na Bahia em 2022 revelam também uma disparidade entre trabalhadores formais e informais.
O rendimento médio de uma pessoa ocupada era de R$ 1.613, sendo o menor do país. Contudo, esse valor aumentava para R$ 2.304 em empregos formais e diminuía para R$ 1.067 em empregos informais. Os dados mostram que um trabalhador formal na Bahia ganha 115,9% a mais do que um informal. Em Salvador, essa diferença era de 93,9%.
A disparidade de renda é acentuada quando se compara homens brancos em empregos formais (R$ 3.648) com mulheres pretas ou pardas em empregos informais (R$ 1.027), uma diferença de 255,2%.
Despesas com aluguel
Quando se trata de moradia, 21,5% das 2,131 milhões de pessoas que vivem em imóveis alugados na Bahia gastam 30% ou mais do rendimento domiciliar mensal com aluguel. Embora essa proporção tenha diminuído desde 2019, quando era de 24,5%, em Salvador, a situação se agravou, com 25,1% das pessoas enfrentando gastos excessivos com aluguel.
No Brasil, 23,3% das 43,240 milhões de pessoas que vivem em imóveis alugados enfrentam o desafio, com destaque para Roraima (34,9%), Amazonas (29,4%) e Rio de Janeiro (28,2%).