Uso de app espião para vigiar parceiro cresce 51% na pandemia
Uso de stalkerwares por parceiros é considerado um comportamento abusivo e proibido por lei

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O uso de aplicativos para rastrearem informações no celular de outra pessoa em um relacionamento registrou um aumento de 51% entre março e junho, em relação aos dois primeiros meses do ano. Os dados são do Laboratório de Ameaças da Avast e foram divulgados nesta terça-feira (8).
Além disso, as denúncias de violência contra a mulher no estado de São Paulo no mês de março subiram 44,90% em comparação com o mesmo período de 2019, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o isolamento social, desigualdades de gênero, e estresse econômico e social causado pela pandemia são algumas causas ligadas ao aumento das denúncias.
A diretora de segurança da informação da Avast, Jaya Baloo, alertou que o uso da ferramento pode ser configurado como um comportamento abusivo. "O Stalkerware é uma categoria crescente de malware doméstico com implicações perturbadoras e perigosas, já que rouba a liberdade física e online da vítima", diz a especialista.
Spywares e stalkerwares podem rastrear a localização da vítima, monitorar ligações, sites visitados na Internet, mensagens de texto e do WhatsApp, sem que a outra pessoa saiba. Esses aplicativos ainda são capazes de fornecer acesso indevido a fotos, e-mails e contas de redes sociais da vítima.
Para a proteção, é necessário observar se há um alto consumo de dados, bateria descarregando rapidamente, superaquecimento do smartphone, anúncios pop-up sendo exibidos na tela e ruídos de fundo quando estiver realizando ligações são possíveis evidências de rastreamento.
Outra dica é manter um antivírus instalado e atualizado no celular. A ação pode evitar que o smartphone seja infectado e permitir que o usuário remova aplicativos potencialmente contaminados.