Uso de dinheiro em espécie diminui mostra relatório da Mastercard
Dados fazem parte de um estudo sobre a inclusão financeira pós-Covid-19
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Um relatório divulgado pela Mastercard, na sexta-feira (16), mostra que o número de consumidores na América Latina que utilizam exclusivamente dinheiro em espécie e não possuem conta bancária registrou uma queda significativa, passando de 45% para 21%. Os dados fazem parte de um estudo sobre a inclusão financeira pós-Covid-19 na região latino-americana e no Caribe.
Antes da pandemia, 25% dos participantes afirmavam que utilizavam dinheiro para mais de 75% de suas despesas mensais. No entanto, em 2023, esse número diminuiu para 15%. Apesar da maioria dos latino-americanos (79%) ter acesso a produtos financeiros básicos, ainda há uma lacuna no acesso a formas mais avançadas de inclusão financeira. Por exemplo, enquanto 58% possuem um cartão de crédito, apenas 3 em cada 10 têm acesso a outras formas de crédito, como empréstimos, seguros ou produtos de investimento.
Um dado preocupante é que, entre os entrevistados, apenas 59% das pessoas com baixa renda e 40% das que vivem fora das grandes cidades possuem conta bancária. O relatório destaca que os governos nacionais desempenharam um papel fundamental na promoção da inclusão financeira durante e após a pandemia. Cerca de 15% dos entrevistados afirmaram ter obtido acesso à sua primeira conta bancária por meio da digitalização da assistência governamental.
Destaques no Brasil
No que diz respeito à população que utiliza dinheiro em espécie para pagar mais da metade de suas despesas mensais, o Brasil registrou uma das reduções mais significativas (17%), ao lado do México (17%) e da Argentina (20%).
Metade da população latino-americana afirma não utilizar QR Code como forma de pagamento. No entanto, em países como Argentina e Brasil, esses números caem para 29% e 35%, respectivamente.
Em relação ao acesso a cartão de crédito e empréstimos, na América Latina, 58% afirmaram ter acesso a um cartão de crédito, enquanto 38% têm acesso a empréstimos ou linhas de crédito. No entanto, na Argentina e no Brasil, há um maior acesso a cartões de crédito (75%), mas menos acesso a empréstimos (19% e 28%, respectivamente).
Metodologia
O estudo foi realizado em parceria com a Ami (Americas Market Intelligence) e incluiu Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México e Peru.
A pesquisa ocorreu entre novembro de 2022 e janeiro de 2023 e consistiu em uma revisão dos dados disponibilizados pelos governos e instituições financeiras, além de entrevistas com 25 provedores de serviços financeiros e 2.815 indivíduos desses sete mercados, conduzidas online.