Uso do rotativo do cartão de crédito mais do que dobrou nos últimos três anos, diz BC
Concessão cresceu 108% no período entre junho de 2020 e o mesmo mês de 2023
Foto: Reprodução/Pixabay
Dados do Banco Central (BC) mostram que o uso do rotativo do cartão de crédito, linha de financiamento mais cara do País, mais do que dobrou nos últimos três anos. A concessão cresceu 108% no período entre junho de 2020 e o mesmo mês de 2023, quando alcançou R$ 30,2 bilhões.
O consumidor entra no sistema rotativo quando opta por efetuar o pagamento apenas de uma parte da fatura do cartão até o vencimento. Conforme o banco, as taxas médias de juros chegam a 437% ao ano, mas algumas instituições cobram quase 1.000%. Diante deste cenário, a inadimplência alcançou o recorde de 53% em maio (agora está em 49%) e levou governo e Congresso a pressionarem pela queda dos juros.
“Muitas pessoas, principalmente as que estavam na informalidade, tiveram períodos de perda de renda durante a pandemia”, afirma a coordenadora do programa de Serviços Financeiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, em entrevista ao Estadão.
Ela explica que, por falta de opção, as famílias de baixa renda acabam recorrendo a linhas de crédito sem garantias, que têm juros mais elevados. “A grande oferta de cartões atende a essa necessidade, mas isso vem acompanhado da maior taxa do mercado”, completa.