Uso excessivo de maconha está associado a complicações cirúrgicas, diz estudo
Dados apontam coágulos sanguíneos, derrame, problemas renais e morte
Foto: Reprodução/Pixabay
Um estudo realizado pelo departamento de anestesiologia, cuidados intensivos e medicina da McGovern Medical School, que faz parte do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em Houston, revelou que o uso excessivo de maconha com finalidade clínica está associado a diversas complicações após cirurgias eletivas. Essas complicações incluem a formação de coágulos sanguíneos, derrame, dificuldades respiratórias, problemas renais e até mesmo morte.
“Nossas descobertas complementam estudos anteriores que identificaram associações significativas entre transtornos por uso de cannabis e complicações perioperatórias”, escreveram os autores do estudo no relatório.
Segundo o levantamento, fumar maconha afeta o fluxo sanguíneo no cérebro e no corpo, diminui a respiração e a temperatura corporal, contribui para o bloqueio das vias aéreas, aumenta a pressão sanguínea, aumenta a frequência cardíaca, afeta o ritmo cardíaco e outras reações que podem dificultar a recuperação da cirurgia.
Dados
O estudo, publicado na quarta-feira (5) na revista JAMA Surgery, analisou os dados do banco National Inpatient Sample de 2016-2019, que incluiu 12.422 internações após 11 tipos de cirurgias não cardíacas eletivas de grande porte.
Entre as cirurgias analisadas estavam o reparo de hérnia, cirurgia de vesícula ou cólon, biópsia de nódulo mamário, mastectomia ou histerectomia, substituição de quadril ou joelho, fusão espinhal e cirurgia de disco lombar.
O estudo revelou uma diferença modesta, mas significativa - um risco 7,73% maior para os pacientes que faziam uso excessivo de maconha em comparação com um risco de 6,57% para os pacientes que não apresentavam esse hábito, de acordo com os autores.