Vagas de trabalho intermitente respondem por 27% do novo emprego formal

Após a aprovação da reforma trabalhista no fim de 2017, a criação de vagas de trabalho intermitente teve um aumento de 27% neste ano.  De acordo com cálculos do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depec) do Bradesco, nos últimos 12 meses até outubro, do saldo de 492 mil vagas criadas em termos dessazonalizados, 133 mil foram empregos com até 20 horas. Os cálculos foram feitos com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

Para analisar os efeitos dos intermitentes, os economistas dividiram as contratações em três categorias: 20 horas, de 21 a 40 horas e acima de 40 horas. A primeira categoria é quando o empregador contrata o funcionário pelo tempo que julgar necessário. Todos os setores aumentaram o número de funcionários com esse tipo de contrato, sendo das 133 mil vagas criadas - 70 mil foram do setor de serviços, 29 mil, no comércio, e 20 mil, na indústria.

O estudo ainda observou que o aumento das vagas levantou questionamentos a respeito dos impactos da reforma nesse âmbito. Entre os pontos da legislação que foram alterados pela reforma trabalhista, houve um aumento do limite da jornada parcial e a regularização do trabalho intermitente, que deram espaço para contratações com menos horas na jornada de trabalho. 

Todavia, os economistas descartam a ideia de que o aumento do emprego formal ocorra por meio do trabalho secundário, quando o trabalhador possui dois empregos simultâneos.