Varejo lidera queda no índice da Bolsa de Valores 

As empresas do varejo sofreram as maiores quedas no índice Ibovespa desde a última quinta-feira (22), por causa da manutenção da taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, em 13,75%. A tarifa deverá se manter alta ao longo do ano, com expectativas apontando para um encerramento em torno de 12,25%. 

As empresas varejistas enfrentam uma recorrente pressão nas margens de lucro, já que as taxas de juros mais altas causam o aumento dos custos de capital e, como resultado, das despesas financeiras. 

À Veja, o analista-chefe de ações do Simpla Club, Gabriel Bassotto, explicou que as elevadas taxas de juros causam um impacto significativo no setor varejista, que, independentemente do segmento, opera com margens mínimas

Ele detalhou que as empresas que já atuam com margens de lucro apertadas são ainda mais impactadas quando as despesas financeiras aumentam. “Isso tem levado algumas delas, como a Magazine Luiza, a operar no vermelho por vários trimestres consecutivos”, pontuou Bassotto. 

A manutenção da Selic no atual patamar de 13,75% tem gerado críticas das empresas do setor e do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

A Americanas lidera o grupo das varejistas que mais desvalorizaram no ano, acumulando perdas de 88% após envolvimento em escândalos de fraude contábil. Em seguida, aparecem Assaí e Carrefour, com recuos de 26,25% e 22,49% respectivamente, conforme dados do TradeMap.

Conforme levantamento de VEJA, a Magazine Luiza também enfrenta dificuldades com o atual aperto monetário, acumulando uma desvalorização de 24% no ano. 

Os BDRs do Mercado Livre apresentam queda de 21,41% no ano. O Grupo Soma, conglomerado de marcas de moda premium decorrente da fusão da Animale, Farm e Hering, também acumula perdas de 16,07%. As ações da Via Varejo, responsável pelas redes de lojas Casas Bahia e Pontofrio, e pela plataforma de e-commerce Extra.com.br, caíram 6,25% no ano, com uma desvalorização de 5,46% só neste mês.