Veja os principais pontos do acordo de delação de Mauro Cid
Sigilo do acordo de delação premiada do tenente-coronel foi retirado pelo STF após envio da denúncia da PGR
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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após o envio da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas para a Corte.
Em conversas com a Polícia Federal (PF), o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro revelou detalhes sobre a suposta trama golpista e mencionou casos da venda de joias sauditas do ex-presidente, além de fraude de cartões de vacina.
CONFIRA OS PRINCIPAIS PONTOS ABAIXO:
- Detalhes do plano:
Em novembro de 2022, Cid discutiu a "conjuntura do país" em uma reunião na Asa Sul, bairro nobre de Brasília. No encontro, o então auxiliar de ordens comentou a respeito de "manifestações", como "mobilizar os caminhoneiros", e revelou ter recebido dinheiro do então ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Segundo Cid, o dinheiro repassado era para viabilizar um golpe de Estado.
- Monitoramento de Moraes:
Cid contou que Bolsonaro teria pedido de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por desconfiança de um encontro do ministro com o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), na época vice-presidente. A suspeita surgiu quando os dois estiveram em São Paulo simultaneamente. Conforme o tenente-coronel, o monitoramento foi realizado pelo coronel do Exército, Marcelo Câmara.
- Ordem de fraude de Bolsonaro:
Mauro acusou o ex-presidente de ter dado ordens para colocar dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde no nome dele e da filha.
- Cid foi procurado pelo governo Bolsonaro:
No mínimo, dois membros do governo de Bolsonaro procuraram pessoas próximas ao tenente-coronel para descobrir o que havia dito na delação, como Braga Netto, que tentou contato com o pai de Cid e outros auxiliares, e Fábio Wajngarten, assessor do ex-presidente que teria entrado em contato com a esposa do ajudante de ordens.