Veleiro baiano é o primeiro a atravessar perigosa passagem no Ártico saindo do Brasil
Segundo o capitão da embarcação, o planejamento antecipado da expedição foi essencial para o êxito da missão
Foto: Reprodução/Leonardo Papini
Após nove meses no mar, o veleiro Fraternidade se tornou a primeira embarcação do tipo saída do Brasil a completar a Passagem Noroeste, uma perigosa ligação do oceano Atlântico com o Pacífico, por meio do Ártico.
A passagem, que fica localizada próxima ao Círculo Polar Ártico, ao norte do Canadá, possibilita a junção do estreito de Bering ao de Davis. De acordo com especialistas, a travessia de quase 5.000 quilômetros só pode ser executada nos meses mais quentes do verão.
“Quando saí daqui, não sabia se voltava vivo. Mas fomos assim mesmo. No caminho, tive muitas dúvidas, mas, no final, deu tudo certo”, disse o capitão do veleiro, o ucraniano radicado na Bahia Aleixo Belov, ao desembarcar no último sábado (12), na capital baiana.
Além do capitão, a embarcação transportava o marinheiro Osvaldino Dórea (Lito), a oceanógrafa Larissa Nogueira, o fotógrafo Leonardo Papini, a estudante Ellen Brito, do mecânico Hermann Brinker e o engenheiro civil Maurício Pitangueiras.
Desenhada pelo próprio Belov, que é engenheiro civil e foi professor da Universidade Federal da Bahia, o veleiro tem um motor potente com uma cabine confortável como uma casa e estrutura para acomodar um total de 12 pessoas.
Segundo o capitão, o planejamento antecipado da expedição foi essencial para o êxito da missão. “Na verdade, eu pensava nela há 20 anos, mas o planejamento foi detalhado há três e só não fomos antes devido à pandemia”, revela.