Venda de vinhos nacionais cresce 56% na pandemia
Safra de uva foi a maior em duas décadas
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Apesar do período de dificuldades para grande parte dos setores da economia, devido a pandemia do novo coronavírus, o mercado de vinho foi na direção contrária ao registrar uma alta recorde de 56% em comparação a 2019. Com 24 milhões de litros comercializados, 2020 foi o melhor ano da história do vinho fino nacional.
Neste ano, a safra de uva foi a maior em duas décadas, e grande parte ainda se encontra em tanques e barricas para maturação da bebida.
"Embora nós tivéssemos tido uma preocupação muito grande no início da pandemia, o ano foi excepcional. Tivemos um crescimento de 100% nos vinhos viníferas, se compararmos com o mesmo período em relação a 2019", aponta Hermínio Ficagna, superintendente da cooperativa Vinícola Aurora, a maior produtora da bebida no Brasil com cerca de 1.100 vitivinicultores do Rio Grande do Sul — quem se dedica à fabricação e comercialização de vinho —, que foi responsável por 37,5% das vendas no ano passado.
Os gaúchos foram responsáveis por 90% da produção de vinho nacional, apesar de registrar queda nas vendas de janeiro por falta de insumos, como vidro e papelão, por exemplo.
"Sempre que a gente tem uma quebra de safra, vai ter menos produto disponível no mercado. Isso faz com que os produtos disponíveis fiquem mais caros. No Brasil, a gente tem ainda um outro fator, que é o câmbio", explica Andreia Milan, diretora da Associação Brasileira de Sommeliers-RS, em entrevista à CNN Brasil.
Contudo, mesmo com a alta do dólar, as vendas de importados registraram aumento de quase 29% no ano passado.