Vendas do comércio físico caem 1,6% em janeiro

O comércio físico brasileiro registrou queda de 1,6% nas vendas de janeiro deste ano, com relação ao mês anterior - dezembro de 2021 -, segundo o Indicador de Atividade do Comércio, divulgado pela Serasa Experian ao G1. O segmento que apresentou a maior baixa do mês foi o de material de construção, com uma queda de 2,6%.

Segundo o economista da entidade, Luiz Rabi, o resultado foi impulsionado pelo aumento dos juros e pela queda da renda real dos brasileiros. No início deste mês, o  Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic de 9,25% ao ano para 10,75% ao ano - uma alta de 1,5 ponto percentual. Esse foi o oitavo aumento consecutivo da taxa.

"Esse setor é muito sensível ao aumento de juros porque os consumidores geralmente compram no crediário. Também houve um grande crescimento durante a pandemia, quando as pessoas tiveram que adaptar os cômodos para o trabalho remoto. É natural haver uma queda agora", argumentou Rabi.

Entre os seis segmentos analisados pela pesquisa, outros dois também apresentaram queda em janeiro: o de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informáticas (-0,1%) e o de veículos, motos e peças (-0,9%).

Metade dos segmentos pesquisados apresentaram números positivos: hipermercados, supermercados, alimentos e bebidas (1,4%), combustíveis e lubrificantes (0,3%) e tecidos, vestuário, calçados e acessórios (1,5%).

"Janeiro foi o quarto mês seguido de retração anual do varejo. Não dá pra imaginar a recuperação desse setor antes do meio do ano", afirmou o economista.