Vídeo: Bolsonaro fala sobre rejeição da PEC do voto impresso

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), falou nesta quarta-feira (11), em entrevista ao canal Foco Brasil, sobre a rejeição da proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso no Plenário da Câmara. De acordo com o presidente, “os números foram redondos” e isso é sinal de que “metade dos deputados” não acredita totalmente na lisura dos trabalhos realizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  

“Metade não acredita que o resultado final seja confiável, ok? Em relação a essa outra metade que votou contra, você tira PT, PCdoB e PSOL, que para eles é melhor o voto eletrônico, os partidos de esquerda votaram preocupados. Os que se abstiveram, ou seja, não votaram, isso também é sinal de que ficaram preocupados com retaliações. A partir desse princípio, hoje em dia sinalizamos uma eleição em que não vão confiar no resultado das apurações. Mesmo apresentando provas do próprio TSE, onde um grupo de hackers ficou circulando de abril a novembro e teve acesso a códigos e fonte”, disse.

De acordo com Bolsonaro, o próprio TSE afirma que as impressões digitais, solicitadas pela Polícia Federal (PF) como parte de um inquérito que investiga as invasões, foram apagadas. “Limparam a cena do crime. Agora o que pode ter ocorrido, calma, eu não tenho provas. Mas a questão que houve em 2018 foi um hacker que denunciou, ninguém sabe quem é ele. A ministra do STF, Rosa Weber, pediu para que a PF abrisse o inquérito e esse cara [hacker] ficou oito meses lá dentro?”, completou.

Para o presidente, as eleições de 2018 foram fraudadas porque ele deveria ter ganhado no primeiro turno. Em live nas redes sociais, Bolsonaro também já afirmou que a apuração dos votos nas eleições anteriores estava errada. Nesse caso, em 2014, na disputa entre Dilma Rousseff e Aécio Neves.

PEC 

Na noite da última terça-feira (10), o plenário da Câmara decidiu rejeitar e arquivar a PEC do voto impresso. O resultado representa uma derrota para Bolsonaro, que defende a ideia. Para ser aprovada, a PEC precisava de, no mínimo, 308 votos. No entanto, o texto elaborado pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) teve o apoio de apenas 229 deputados. Outros 218 deputados votaram contra a PEC, e um parlamentar se absteve. Ao todo, 448 votos foram computados. Com isso, o texto será arquivado e o formato atual de votação e apuração deve ser mantido nas eleições de 2022.

Fala de Bolsonaro