Vídeo: com previsão de novos reajustes, setor cafeeiro terá 'grande desafio' para manter consumo em alta, diz diretor da Abic
Preço do grão deve subir de 15% a 20% nos próximos três meses, segundo dados da associação
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Foto: Freepik
O aumento astronômico do preço do café tem sido pauta na mídia e nas redes sociais desde o ano de 2024, quando pacotes de R$ 1kg passaram a ser comercializados a R$ 50, em média. Ao que tudo indica, a expectativa de uma redução nos valores em 2025 não irá se concretizar: de acordo com Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o preço do grão deve subir de 15% a 20% nos próximos três meses.
De acordo com o diretor executivo da Abic, Celírio Inácio, reajustes são necessários para manter a indústria de café equilibrada e sustentável, uma vez que, nos últimos quatro anos, houve discrepância entre o custo da matéria prima e os preços ao consumidor.
"Enquanto o preço do café em grão subiu 224%, os repasses ao varejo foram apenas 110%, demostrando o esforço da indústria para manter o consumo", destacou Celírio.
Aumento do consumo
Apesar dos preços elevados, o consumo de café no Brasil - que é o maior produtor e exportador da commodity - permaneceu em alta. Segundo dados da Abic, o crescimento no ano passado foi de 1,11% em relação a 2023. O país fica atrás apenas dos Estados Unidos quando se trata de consumo da bebida, que faz parte da rotina da maioria da população.
O estudante Lucas Falcão, 24, é um dos que não abre mão de continuar comprando o café mesmo com a alta de preços. Ao menos duas vezes por dia, ele consome a bebida. "Comprei um café gourmet no mês passado que foi R$ 30 um pacotinho de 250g. Caro, mas não cogito deixar de comprar. E, ainda assim, sai mais em conta que outra alternativas de bebida, como chás e achocolatados", explica.
Apesar disso, as reclamações de consumidores e até mesmo memes sobre o encarecimento da bebida tomam conta das redes sociais. Comparações de preços e queixas sobre a inflação e o governo federal costumam rodear as publicações.
O diretor executivo da Abic chamou atenção para o fato de que, mesmo diante da necessidade de repassar parte do impacto do aumento de custo ao varejo, o setor foi "cauteloso" para garantir o consumo. "O faturamento estimado do setor foi de R$ 36 bilhões, aumento expressivo de 60,85% devido ao aumento do café. Apesar do desempenho positivo, a indústria teve que lidar com o aumento de mais de 116% no custo da matéria prima, mas conseguiu transferir apenas 37% do reajuste ao longo do ano de 2024", destacou.
Secas
Conforme já havia sido noticiado pelo Farol da Bahia, as secas têm sido as responsáveis por ‘quebrar’ as sacas de café e, consequentemente, elevar os preços. À reportagem, João Lopes Araujo, presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé) explicou que o fenômeno climático atingiu não só o Brasil, mas outros países importantes na produção do grão, como Vietnã, Indonésia, Colômbia e Nicarágua.
Segundo Celírio Inácio, a partir de abril de 2025, fatores como condições climáticas e melhor projeção de produção podem estabilizar os preços.
Confira mais sobre o reajuste do café no vídeo abaixo