Vídeo: Deputados pedem vista da votação na CCJ e adiam análise da prisão de Chiquinho Brazão
Deputados alegam precisar de mais tempo para a análise
Foto: Reprodução
BRASÍLIA -- Um grupo de deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, nesta terça-feira (26), pediu vista da análise da legalidade da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). O político foi preso no domingo (24) acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ).
A comissão realiza uma sessão para votar a revogação ou manutenção da prisão do deputado Brazão. O deputado Gilson Marques (Novo-SC) foi o primeiro a fazer o pedido de vista. O parlamentar alegou que não é preciso ter “pressa” para analisar, visto que o acusado está detido. Nesse momento, deputados se exaltaram e gritaram que não há pressa na análise do caso, visto que o assassinato de Marielle segue em investigação há seis anos.
“Foram seis anos e precisamos definir em um minuto. Nós precisamos ter pressa contra os vagabundo e corruptos que estão soltos. Ele está preso, qual é a pressa?”, questionou Gilson Marques.
Segundo ele, o inquérito da Polícia Federal tem mais de 400 páginas e a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão do deputado, outras 40. Ele alegou que os documentos não estavam disponíveis para todos os parlamentares. Por isso, afirmou que é necessário mais tempo para a análise. Foi solicitado um prazo de 72 horas, que vai ser analisado pela presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC).
Também pediram vista os deputados Roberto Duarte (Republicanos-AC) e Fausto Pinato (PP-SP).
Antes do relator, deputado Darci de Matos (PSD-SC), apresentar o parecer favorável à manutenção da prisão de Brazão, alguns deputados já tinham declarado a insatisfação com a possibilidade de um pedido de vista.
O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) afirmou haver um clamor da imprensa e do Brasil de que aconteça uma deliberação do caso ainda nesta terça. “É preciso dar ao Brasil uma resposta breve em relação ao tema importantíssimo que estamos tratando na tarde de hoje”, declarou.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) ainda disse, durante a sessão, que a cogitação do pedido de vista o surpreendeu. “Tem gente que não quer discutir, tem aversão ao debate. Nós queremos discutir”, acusou o parlamentar.
O deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA) ainda destacou que se fosse para pedir vista, que seja por uma sessão, e não duas: “deixar para o dia 10 de abril é um escárnio com a sociedade brasileira. Se tiver pedido de vista não será por duas sessões pela urgência da matéria”.
O pedido de vista, no entanto, vale por duas sessões. Com feriado da Páscoa, o caso deve ser analisado novamente na CCJ no dia 10 de abril. Antes disso, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) pode levar a votação direto para o plenário.
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